Opositor de Putin sai de coma induzido, diz hospital de Berlim
Alexei Navalny responde a estímulos dos médicos; ainda não é possível saber se ele terá sequelas do que Berlim classifica como envenenamento por agente químico
O opositor russo Alexei Navalny foi retirado de um coma induzido e está respondendo a estímulos, disse o hospital Charite de Berlim nesta segunda-feira (7).
O hospital, que trata Navalny desde que ele foi levado de avião para a Alemanha depois de passar mal em um voo no mês passado, disse que a condição dele melhorou e que o russo está saindo da ventilação mecânica.
“Ainda é muito cedo para avaliar os efeitos potenciais de longo prazo de seu envenenamento grave”, informou o hospital, em comunicado.
Navalny, um crítico proeminente do presidente russo, Vladimir Putin, foi levado para a Alemanha após desmaiar em um voo da cidade siberiana de Tomsk para Moscou. O avião fez um pouso de emergência em Omsk para que Navalny pudesse ser socorrido.
Assista e leia também:
Trump diz que se dá bem com Putin e que não viu prova de envenenamento de rival
Envenenamento de opositor de Putin gera questões que podem ficar sem respostas
Otan: Rússia precisa colaborar em inquérito de envenenamento de Navalny
A chanceler Angela Merkel disse na semana passada que seu governo concluiu que Navalny, de 44 anos, foi envenenado com Novichok, a mesma substância que a Grã-Bretanha disse ter sido usada contra um agente duplo russo e sua filha em um ataque na Inglaterra em 2018.
Moscou afirma não ter evidências de que Navalny foi envenenado.
O incidente colocou o futuro do oleoduto Nord Stream 2, uma parceria da Alemanha com a Rússia, em dúvida já que um número crescente de políticos alemães pede o cancelamento do projeto a menos que a Rússia ajude a esclarecer as circunstâncias em torno do envenenamento de Navalny.
O porta-voz de Merkel disse nesta segunda que ela não descarta a imposição de sanções ao oleoduto em resposta à suspeita de envenenamento.
O Novichok é um grupo mortal de agentes nervosos desenvolvido pelos militares soviéticos nas décadas de 1970 e 1980.
A Grã-Bretanha diz que a Rússia usou Novichok para envenenar o ex-espião Sergei Skripal e sua filha na cidade de Salisbury, há dois anos. A Rússia negou qualquer envolvimento no ataque, ao qual os Skripals sobreviveram. Uma cidadã britânica foi morta acidentalmente pela mesma substância.