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    Conselho de ética do Banco Mundial diz que não tem poder para barrar Weintraub

    Pelas regras, a única forma do ex-ministro não assumir o cargo é se Paulo Guedes, que o indicou, votar contra ele

    Núria Saldanha, , da CNN em Washington

    O conselho de ética do Banco Mundial (Bird) disse que não tem poder para suspender o processo de indicação de Abraham Weintraub para diretor executivo da organização, mas alerta que o ex-ministro será cobrado pelos mais altos padrões de integridade e ética em sua conduta pessoal e profissional, caso assuma o cargo.

    O presidente do conselho, Guenther Schoenleitner, respondeu nessa quarta-feira (24) à uma carta aberta da Associação de Funcionários do Banco Mundial, que pedia a suspensão do processo de nomeação de Weintraub até que investigações criminais sobre racismos contra ele sejam concluídas. Foi a primeira vez que a associação enviou uma carta de descontentamento pela indicação de um diretor executivo na história da organização, fundada em 1944.

    Segundo carta-resposta do conselho obtida pela CNN, para ser eleito, Weintraub precisa da maioria dos votos da cadeira que o Brasil compõe com outros oito países (Colômbia, Equador, Trinidad e Tobago, Filipinas, Suriname, Haiti, República Dominicana e Panamá) na organização. Nem mesmo a administração do Banco Mundial pode interferir no processo de indicação e eleição de diretores executivos, uma vez que eles não são funcionários da organização, mas representantes dos acionistas, países que integram o Bird.

    Na atual composição da cadeira, o Brasil possui o maior porder de voto nesse círculo eleitoral. “Isso significa que, mesmo que os membros restantes do círculo eleitoral não indiquem ou votem no candidato, ele poderá ser eleito e serviria como Diretor Executivo até o final do mandato atual em 31 de outubro de 2020” – disse Schoenleitner na carta.

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    Pelas atuais regras do Banco Mundial, a única forma de Weintraub não assumir o cargo é se o ministro da Economia, Paulo Guedes, que o indicou, votar contra ele.

    O Comitê informou, no entanto, que compartilha do compromisso do Banco Mundial de eliminar o racismo na instituição e assume seriamente sua responsabilidade, destacando que, a partir do momento em que Weintraub se tornar um funcionário do conselho, estará sujeito ao Código de Conduta para Funcionários do Conselho.

    O documento exige que funcionários do conselho mantenham os mais altos padrões de integridade e ética em sua conduta pessoal e profissional. “Como todos os outros funcionários ele será informado sobre suas obrigações, inclusive no que diz respeito a declarações públicas e não interferência nos assuntos políticos dos membros” ressaltou Schoenleitner.

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