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    Pentágono bloqueou o time de Biden de se reunir com as agências de inteligência

    O Pentágono nega qualquer esforço para travar o time do presidente-eleito, mas a equipe se sente prejudicada nos esforços de transição

    O presidente-eleito dos Estados Unidos, Joe Biden
    O presidente-eleito dos Estados Unidos, Joe Biden Foto: REUTERS

    Alex Marquardt, Ryan Browne e Nicole Gaouette, da CNN

    A administração do governo de Trump impediu que o time de transição do presidente-eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, se reunisse com seus pares nas agências de inteligência do Pentágono durante a semana, de acordo com um ex-oficial sênior próximo da equipe de transição.

    Isso significa que o time de Biden ainda não pôde se reunir com oficiais das agências militares de inteligência do Departamento de Defesa – inclusive a Agência de Inteligência de Defesa e a Agência de Segurança Nacional – ainda que todas as outras discussões das equipes de revisão de Biden parecem estar correndo tranquilamente, após semanas de atraso.

    O Pentágono nega qualquer esforço para travar o time do presidente-eleito. O ex-oficial de defesa sênior disse à CNN que instruções foram passadas na sexta-feira (4) para oficiais da Transição sobre questões militares, incluindo políticas de alto nível da hierarquia e problemas de segurança internacional, mas nada sobre a inteligência.

    O jornal The Washington Post reportou em primeira mão os problemas da equipe de Biden com o escritório de transição do Departamento de Defesa, que é comandado por um aliado leal de Trump, apontado como participante dos esforços para espalhar teorias da conspiração sobre o democrata.

    Os atrasos vêm depois de a Administração de Serviços Gerais ter dado o sinal verde, no dia 23 de novembro, para os oficiais de agências federais do governo se encontrarem com os times de revisão do presidente-eleito – passo essencial para assegurar uma transferência segura de poder.

    Na semana passada, foram feitos arranjos para que o time de revisão de agências de Biden pudesse se reunir com várias agências de inteligência de defesa nesta semana, o ex-oficial disse.

    Mas no início da semana, o Pentágono teria dito que o time de Biden não poderia se engajar com agências de inteligência de defesa até que enviassem uma lista de perguntas que pretendem fazer antecipadamente e listassem os nomes com quem gostariam de interagir.

    Naquele momento, as respostas do time de Biden seriam revisadas pelo conselho de generais do Departamento de Defesa e por Kash Patel, o aliado de Trump apontado para liderar a transição no mês passado.

    Donald Trump, presidente dos Estados Unidos
    Donald Trump, presidente dos Estados Unidos
    Foto: REUTERS

    “Essa é uma enorme ‘banana’ da Defesa para o time de transição ingressante”, o ex-oficial afirmou.

    Sue Gough, uma porta-voz do Departamento de Defesa, negou que haja qualquer problema com a possibilidade de os times de Biden entrarem em contato com oficiais do Pentágono.

    “O time de revisão de agências não teve nenhum acesso negado”, afirmou Gough em pronunciamento. “Continuamos trabalhando com as equipes para agendar todas as entrevistas, interações e atualizações requisitadas.”

    O porta-voz da equipe democrata, Ned Price, não quis comentar o assunto. A Agência de Segurança Nacional e o Escritório do Diretor de Inteligência Nacional não respondeu prontamente a um pedido de pronunciamento.

    Um oficial de defesa disse que o time de transição de Biden com foco em inteligência fez “coordenações diretas com as agências de inteligência de defesa para entrevistas, interações e visitas de campo”, e que o Pentágono pediu que se dirigissem a Patel com todos os pedidos de entrevistas e visitas de campo, e com o memorando de entendimento entre a Casa Branca e o presidente-eleito. 

    “No caso de que não esteja claro”, o oficial de defesa disse, “o atraso e as mudanças no calendário aconteceram por que [o time de Biden] não contatou o Escritório de Defesa antes de agendar uma reunião com as agências. Elas não foram negadas, só necessitam seguir o procedimento corretamente”.

    Gough disse em seu pronunciamento que as visitas estavam “em tentativas de agendamento para o início da próxima semana”, e que Patel e os atuantes da secretaria de inteligência na defesa estão trabalhando de forma próxima com outros e estão “finalizando as coordenadas” para que os times de Biden os visitem.

    O posicionamento do Departamento de Defesa sobre o problema irritou o Diretor de Inteligência Nacional, John Ratcliffe, de acordo com o ex-agente, que afirmou que Ratcliffe pretendia levar o problema para a Casa Branca.

    O Escritório do Diretor de Inteligência Nacional foi criado para coordenar os esforços das agências de inteligência em todo o país.

    “Ratcliffe estava com raiva. Ele enxergou isso como insubordinação,” o ex-oficial de inteligência. “Fazia parte da autoridade dele, como Diretor, preparar o terreno para os processos de transição”.

    Pentágono
    Prédio do Pentágono, em Arlington, no estado da Virgínia
    Foto: Library of Congress/Carol M. Highsmith

    Vince Stewart, um ex-líder da Agência de Inteligência na Defesa e ex diretor do Ciber Comando dos EUA que agora lidera a transição de Biden na área da inteligência, visitou o escritório do Diretor Nacional de Inteligência nesta semana para iniciar os planejamentos de uma visita para a futura candidata de Biden para substituir Ratcliffe, Avril Haines.

    Trump apontou Patel e Ezra Cohen-Watnick, atuantes da secretaria de defesa nas áreas de inteligência e segurança, para seus postos como parte de uma série de mudanças no Pentágono, onde ele abandonou muitas das lideranças civis nas semanas recentes, substituindo-os por aliados políticos, enquanto sua administração se encaminha para o final.

    Cohen Watnick ganhou notoriedade em março de 2017 por seu suposto envolvimento no providenciamento de materiais da inteligência para o líder de Inteligência da Casa, Devin Nunes, um republicano da Califórnia que alega que a Inteligência dos EUA vigiou impropriamente associados de Trump.

    Desde que demitiu o Secretário de Defesa Mark Esper via publicação no Twitter, em 9 de novembro, o presidente demitiu pelo menos outros três oficiais de alto escalão e os substituiu por aliados. Trump também substituiu membros de duas bancas de aconselhamento, colocando seu ex-gerente de campanha em uma delas.

    (Texto traduzido. Leia o original em inglês).

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