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    Salão Oval de Biden traz líderes democratas, ex-presidentes e toque familiar

    Com começo do novo governo, presidente, sua família e funcionários escolhem quais peças de arte e móveis serão instalados no principal escritório da Casa Branca

    Maegan Vazquez, da CNN

    O mundo teve seu primeiro vislumbre do Salão Oval do presidente Joe Biden na quarta-feira (20), mostrando como em questão de horas o escritório do presidente dos Estados Unidos se transformou visivelmente, tanto de de maneiras drásticas quanto sutis, para refletir o gosto e a política do novo governante.

    A maioria das pessoas observa o que acontece dentro do Salão Oval – quais acordos são feitos, quais políticas são anunciadas e quais dignitários estrangeiros visitam. 

    Mas com cada centímetro do espaço em exibição, os presidentes dos EUA, suas famílias e seus funcionários também escolhem meticulosamente quais peças de arte serão instaladas, quais móveis serão transportados e até mesmo quais itens serão colocados nas prateleiras.

    Veja como Biden decidiu mudar o Salão Oval:

    Obras de arte

    Um retrato de Andrew Jackson, à esquerda do assento na Resolute Desk – mesa utilizada pelo presidente dos EUA desde 1880 –, foi substituído por um retrato de Benjamin Franklin feito por Joseph Duplessis.

    Como outras obras habitualmente emprestadas à Casa Branca, o retrato parece ter sido emprestado pela Galeria Nacional de Arte do Smithsonian Institution.

    Trump foi criticado em 2017, depois de realizar um evento no Salão Oval em homenagem aos veteranos Navajo enquanto ficava em frente ao retrato de Jackson – presidente que assinou a lei que levou à “Trilha das Lágrimas” – migrações forçadas impostas pelo governo às diversas tribos de índios.

    O jornal The Washington Post, primeiro a analisar a nova decoração do Salão Oval, relatou que o retrato de Franklin e um conjunto de rochas lunares nas proximidades pretendem representar o interesse de Biden pela ciência.

    Um busto de bronze do líder dos direitos civis latino César Chávez, criado pelo artista Paul Suarez, também foi colocado no aparador atrás de sua mesa.

    Chávez buscou conscientizar as duras condições dos trabalhadores rurais nos Estados Unidos e lutar por melhores salários. A inclusão proeminente de seu busto na Ala Oeste veio no mesmo dia em que Biden propôs uma legislação de imigração que permitiria que trabalhadores rurais sem documentos se qualificassem para solicitar green cards imediatamente.

    Julie Chávez Rodríguez, neta do líder trabalhista, é a diretora do Escritório de Assuntos Intergovernamentais da Casa Branca na gestão de Biden.

    Elizabeth Strater, porta-voz da United Farm Workers – um grupo trabalhista que Chávez ajudou a fundar – disse ao Fresno Bee que o busto já estava em exibição no Centro de Visitantes do Monumento Nacional César E. Chávez, na Califórnia. 

    Strater afirmou à publicação que a equipe de transição de Biden trabalhou com a Fundação César Chávez para enviar a peça para a Casa Branca.

    Biden também colocou com destaque a pintura da coleção da Casa Branca “Avenue in the Rain” à direita do assento na Resolute Desk.

    A obra de arte, repleta de metáforas, foi exibida no Salão Oval em determinado momento do governo Trump, mas depois mudou de local ao longo de seu mandato.

    A pintura a óleo, criada em 1917, também estava no Salão Oval durante os governos de Barack Obama (2009 – 2017) e Bill Clinton (1993 – 2001).

    Embora não totalmente visível para as câmeras de televisão, o Post relatou que “bustos de Martin Luther King Jr. e Robert F. Kennedy flanqueiam uma lareira no escritório” – em um aparente aceno de seus esforços para os movimentos pelos direitos civis.

    Há também bustos de Rosa Parks, Eleanor Roosevelt e uma escultura de Allan Houser representando um cavalo e um cavaleiro Chiricahua Apache. A escultura, disse o Post, pertenceu ao falecido senador Daniel Inouye, um democrata que representou o Havaí.

    A reportagem do Post diz que outras partes do escritório agora apresentam pinturas de George Washington, Abraham Lincoln, Franklin Roosevelt, Thomas Jefferson e Alexander Hamilton, e um busto de Daniel Webster, um ex-senador que defendeu a União. Um busto de Winston Churchill foi removido da exibição.

    Sobre a Resolute Desk

    Quando Biden assumiu o cargo, havia dois conjuntos de objetos avistados na Resolute Desk que refletem definitivamente uma transição de poder: um conjunto de xícaras e pires, bem como uma caixa de canetas para assinar os documentos.

    Trump costumava beber Coca Diet – ele supostamente tinha um botão no Salão Oval para chamar alguém para lhe trazer refrigerante. Ele raramente era fotografado com uma xícara de chá ou de café ao seu lado.

    Trump também adorava usar marcadores pretos grossos para assinar seu nome em documentos oficiais do governo – ao estilo autógrafo de celebridade. Ele originalmente se apegou às canetas tradicionais usadas por outros presidentes, mas em algum momento, mudou para as canetas estilo marcador, com sua assinatura dourada impressa no corpo.

    Decoração interior

    Durante a assinatura de decretos na quarta-feira (20), Biden estava sentado em uma cadeira estofada de couro marrom escuro – uma mudança em relação à poltrona executiva marrom-avermelhada que Trump foi fotografada pela última vez sentado dentro do Salão Oval.

    Era extremamente semelhante, senão idêntico ao assento que Trump usava em seu escritório particular, na Trump Tower, antes de se tornar presidente.

    Os Bidens selecionaram pelo menos dois móveis da era Clinton para substituir a mobília usada por Trump – um tapete azul com acabamento floral e cortinas douradas mais escuras, de acordo com o Post. Outros itens que podem parecer familiares foram escolhidos da coleção da Casa Branca.

    Mudanças sutis

    Bandeiras dos ramos militares dos EUA, que Trump originalmente adicionou à decoração da sala, foram removidas.

    As fotos atrás do presidente normalmente exibidas no aparador foram trocadas para mostrar a família de Biden. 

    Muitas das imagens mostram o quão grande é a família do presidente e incluem muitos dos membros da família que o acompanharam em Washington no dia da posse. Pelo menos uma fotografia mostra seu filho falecido, Beau.

    A coleção Challenge Coin de Trump, frequentemente colocada no aparador, também se foi.

    (Texto traduzido; leia o original em inglês)

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