Biden vai a encontro do G7 discutir vacina e reforma tributária global
Essa é a primeira viagem internacional do presidente americano
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, embarca nesta semana para um encontro com os líderes do G7, que acontecerá em Cornualha, no sudoeste inglês, entre 11 e 13 de junho.
Na mesa, estarão o combate à pandemia e a discussão de uma reforma tributária global, um esforço norte-americano para definir uma taxa mínima de 15% sobre corporações.
Essa é a primeira viagem internacional do presidente americano, que se comprometeu a reconstruir as relações com os países aliados após quatro anos tumultuados sob o ex-presidente Donald Trump, que tirou Washington de várias instituições multilaterais e ameaçou deixar a Otan.
Mais cedo neste ano, Biden participou de um evento do grupo e falou sobre os esforços contra a Covid-19. A conferência do ano passado foi cancelada por causa da pandemia.
O evento acontece após Biden divulgar planos de distribuir milhões de vacinas contra o coronavírus a todo o mundo. Ele disse que o país doará 80 milhões de doses ainda neste mês. O governo do democrata espera que os países aliados sigam o exemplo e anunciem iniciativas semelhantes.
Taxa mínima global
O encontro selará o acordo entre os ministros das finanças do G7 para estabelecer uma taxa mínima de 15% em empresas multinacionais. No último sábado (5), o ministro britânico Rishi Sunak anunciou que o grupo chegou a um “acordo histórico para reformar o sistema de taxas global para torná-lo adequado para a era digital e, crucialmente, para certificar que ele seja justo, para que as empresas certas paguem as taxas certas aos locais certos”.
O esforço é liderado pela Secretária do Tesouro dos EUA Janet Yellen, que busca desencorajar empresas americanas a buscarem lucros no exterior.
“Com a taxa mínima global corporativa em zero hoje, há uma corrida pelo mínimo de impostos corporativos, minando as capacidades dos EUA e outros países de levantar os investimentos necessários para fazer investimentos críticos”, disse ela em nota divulgada em maio.
Gigantes tecnológicas como Apple, Facebook e Google podem ser afetadas pelo acordo. Governos internacionais pedem há tempos que as grandes companhias digitais paguem mais impostos.
Porta-vozes do Facebook, Google e Amazon se posicionaram a favor do imposto. “Queremos que o processo de reforma internacional de impostos seja bem-sucedido e reconhecemos que isso significa que o Facebook pode pagar mais taxas em locais diferentes”, disse o vice-presidente de negócios globais do Facebook, Nick Clegg, em nota.
A agenda de Biden
A conferência é a primeira parada de uma extensa agenda de reuniões que Biden terá nas próximas semanas.
Ele e a primeira-dama americana, Jill Biden, se encontrarão com a rainha britânica Elizabeth II, no Castelo de Windsor, em 13 de junho. Jill retornará aos EUA após a reunião.
Depois, Biden viajará a Bruxelas para participar da conferência da Otan em 14 de junho. O presidente afirmará o compromisso do país com a organização, a segurança transatlântica e a defesa coletiva. Os líderes do bloco discutirão como responder a futuras ameaças e sobre o “compartilhamento efetivo de fardos”, de acordo com a Casa Branca.
Em seguida, o democrata participará da conferência EUA-União Europeia em 15 de junho, em que discutirá a “segurança em relação à saúde, a recuperação econômica global, a crise climática, cooperação comercial e digital, o fortalecimento da democracia e preocupações mútuas de política internacional”. Biden também encontrará o rei Philippe da Bélgica e o premiê belga Alexander de Croo.
Por fim, ele seguirá para Genebra, na Suíça, onde terá uma conferência bilateral com o presidente russo, Vladimir Putin, em 16 de junho. A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse que Biden planeja falar sobre a Ucrânia e Belarus, entre outras preocupações.
(*Com informações da CNN Internacional e da Reuters)