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    Um dia após crítica de Barack Obama, Donald Trump rebate seu antecessor

    Ataque de Trump é tentativa de mudar o foco das consequências da pandemia nos ante 79 mil mortes e recorde de mais de 30 milhões de desempregados nos EUA

    Renan de Souza, da CNN em São Paulo

    Como de praxe, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apertou o gatilho e saiu disparando pelo Twitter. Desta vez, ele tinha um alvo específico: a reputação do ex-presidente americano Barack Obama.

    Sem dar detalhes, Trump tuitou o termo “Obamagate”.

    Em seguida, ele disparou uma série de postagens acusando funcionários da administração Obama. Em um deles, um analista político do canal de TV Fox News afirma que o ex-presidente americano enviou cartas para o Arquivo Nacional pedindo confidencialidade para não liberar documentos relacionados a uma suposta relação do democrata Joe Biden com a Ucrânia.

    Donald Trump não apresentou nenhuma prova para as acusações feitas online. O ataque dele aconteceu um dia depois do ex-presidente Obama fazer uma rara crítica ao atual governo dos Estados Unidos.

    Ele classificou a resposta da Casa Branca ao novo coronavírus como “desastre absolutamente caótico”. A declaração, que foi confirmada por fontes à CNN, foi dada durante uma conversa online com ex-funcionários de Obama.

    A porta-voz da Casa Branca Kayleigh McEnany rebateu as críticas do ex-presidente. Em um comunicado enviado à CNN ela disse que a “resposta do presidente Trump ao novo coronavírus tem sido sem precedentes e salvou vidas americanas”.

    O ataque de Donald Trump à Obama é uma tentativa de mudar o foco em relação à pandemia do novo coronavírus. Os Estados Unidos são o epicentro mundial da doença e sofrem com o impacto econômico da Covid-19 com mais 1,3 milhão de casos da doença e 79 mil mortes.

    O país também registra o recorde de mais de 30 milhões de pessoas sem trabalho e o índice de desemprego pode chegar a 25%.

    Donald Trump tem uma equação a solucionar que envolve administrar uma crise econômica e outra de saúde pública sem precedentes. Com as eleições de novembro se aproximando, ele tenta buscar um agente externo para desviar o foco de seu eleitorado para o tamanho do problema que os Estados Unidos têm pela frente.

    Tem sido assim com as acusações de que a China teria criado o novo coronavírus em laboratório, algo refutado por especialistas em saúde pública e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). É assim também quando o presidente americano dirige ataques ao seu antecessor sem apresentar provas ao seu eleitorado.

    Por outro lado, o provável rival de rival de Donald Trump nas urnas, o democrata Joe Biden tenta ser uma opção aos americanos ao se apresentar como um líder que enfrentou uma crise global durante o colapso do sistema financeiro em 2008.

    Com uma disputa eleitoral acirrada nos Estados Unidos, a pandemia novo coronavírus vai ditar as regras do jogo e exigir dos candidatos à Casa Branca a habilidade de liderança em tempos crise, algo em falta no cenário global atual.

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