Gafanhotos invadem região mais pobre do Quênia e devastam plantações
Insetos estão comendo tudo o que veem pela frente, e quando suas asas se desenvolverem por completo, poderão voar mais de 130 km em um dia
Os galhos das árvores na cidade de Lodwar, no norte do Quênia, estão perdendo quase todas as folhas em razão de uma nuvem de jovens gafanhotos vorazes. Eles saíram dos ovos em um momento em que as lavouras acabaram de receber as sementes, em uma região onde 20 milhões de pessoas lutam por alimento.
Houve uma explosão na quantidade desses animais no Leste de África e na região do Mar Vermelho no fim de 2019, alavancada por padrões climáticos atípicos. Nuvens de gafanhotos voaram do Iêmen para o oeste do continente e, neste ano, chegaram aos territórios do Quênia, Somália e Etiópia.
A nova geração dos insetos chegou à área de Turkana, região mais pobre do Quênia. Os jovens gafanhotos estão comendo tudo o que veem pela frente, e quando suas asas se desenvolverem por completo, eles poderão voar mais de 130 km em um dia.
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“Os gafanhotos chegaram para desestabilizar uma situação que já era ruim”, disse Daniel Kirura, líder da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) em Turkana.
Ele teme que a nuvem se espalhe rapidamente e afirmou que equipes trabalham de maneira frenética para dissipar os animais com inseticidas, antes que consigam voar por grandes distâncias.
“Dentro de uma semana, eles podem crescer, formar uma nuvem e voar para longe”, contou Kirura. “Queremos controlá-los antes que deixem Turkana.”
Turkana é uma região de matagal vasta e seca no norte do Quênia que faz fronteira com Uganda, Sudão do Sul e Etiópia. Moradores dizem que os insetos estão devastando terras agrícolas e áreas de pastagem.
“Essas coisas que pulam chegaram aqui há dois dias e já comeram todas as árvores”, disse Michael. “Eles até acabaram com a grama para as cabras.”