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    Nem todo mundo gosta: empresas deviam repensar happy hour virtual, aponta estudo

    Funcionários se sentem na obrigação de participar do momento em grupo, mesmo sem terem vontade

    Wesley Santana, colaboração para o CNN Brasil Business

    Em tempos de pandemia, a confraternização no final do expediente também precisou ser reinventada e muitas empresas optaram por fazer o chamado happy hour virtual, por videochamada. Mas o gosto por esta atividade não é uma unanimidade entre os funcionários –pelo menos é o que indica um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Sydney, na Austrália.

    Segundo a pesquisa, as dinâmicas profissionais, em muitos casos, têm efeito contrário ao esperado. Isso porque, a depender da empresa, os funcionários se sentem na obrigação de participar do momento em grupo, mesmo sem terem vontade, principalmente aqueles que preferem manter a vida privada bem longe da profissional.

    “Entre os participantes que entrevistamos, alguns eram contra as dinâmicas em grupo porque achavam que eram implicitamente obrigatórios e não aceitavam o interesse da gerência em suas vidas além de seu desempenho direto no trabalho”, disse Petr Matous, autor principal do trabalho.

    Apesar disso, os pesquisadores destacam que essas atividades não são irrelevantes nem é um consenso a antipatia por elas, mas eles acreditam que o evento deve estar aberto a quem deseja participar, sem obrigatoriedade ou cobranças. “Uma abordagem em que as pessoas possam optar por não participar das atividades coletivas discretamente. A escolha não seria visível para a gerência”, recomenda Julien Pollack, professor-associado e coautor da análise.

    O grupo também indica aos gestores que criem mecanismos para promover o interesse dos funcionários pelas dinâmicas e direcionar uma interação entre pares que não sejam tão próximos. Segundo eles, isso permite que os próprios trabalhadores vejam o valor da construção de relacionamentos profissionais, diferentemente do que acontece em festas à fantasia e happy hours gerais pelo zoom. 

    Este estudo foi publicado na ScienceDirect, uma plataforma que reúne dados de 2.500 revistas científicas do mundo. A coleta de informações para este projeto foi realizada por meio entrevistas com a abordagem de auto-revelação em que os participantes são guiados por uma série de perguntas feitas pelos estudiosos. 

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