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    Fórum Econômico Mundial: pandemia vai atrasar paridade de gênero no trabalho

    Estudo estima que levará quase 136 anos para que o mercado de trabalho alcance igualdade entre homens e mulheres. Estimativa anterior era de menos de 100 anos

    Mãe trabalhando de casa e cuidando das crianças
    Mãe trabalhando de casa e cuidando das crianças Foto: South_agency / Getty Images

    Julia Horowitz, do CNN Business

     

    Um novo relatório do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) estima que levará quase 136 anos para que o mundo atinja paridade de gênero. O tempo aumentou, já que a estimativa feita na pesquisa anterior era de menos de 100 anos.

    O WEF mede a paridade por quatro maneiras: participação econômica e oportunidade, educação, saúde e capacitação política.

     

    Dados examinados pela organização mostraram que, enquanto a lacuna de capacitação política aumentou significativamente desde seu relatório de 2020, a de participação econômica diminuiu.

    “Esperamos que este relatório sirva como um apelo para que líderes incorporem a paridade de gênero como objetivo central nas políticas e práticas administrativas na recuperação do pós-pandemia, em benefício de nossas economias e sociedades”, escreveu no documento o diretor-gerente do WEF, Saadia Zahidi.

    O grupo ainda estimou que a disparidade de gênero levará mais 268 anos para ser completamente erradicada. Esta é uma prévia. Como os dados não refletem totalmente o impacto da pandemia, o cenário pode ser ainda pior.

    “O progresso em direção à paridade de gênero está estagnado em várias grandes economias e indústrias”, alertou o WEF.

    “Isso se deve em parte ao fato das mulheres serem empregadas com mais frequência nos setores mais afetados pelos bloqueios combinado com as pressões adicionais de prestação de cuidados em casa.”

    Segundo o WEF, embora a proporção de mulheres entre profissionais qualificados esteja crescendo, as disparidades de renda e o escasso número de mulheres em cargos gerenciais ainda representam problemas.

    As taxas de demissões durante a pandemia entre mulheres foram mais altas do que entre homens. À medida que a economia se recupera, elas também estão sendo menos recontratadas do que os homens.

    Quando as escolas e outras instituições de cuidado (como creches, escolinhas e centros de convivência para idosos) fecharam, as mulheres assumiram “desproporcionalmente” os cuidados com os filhos, as tarefas domésticas e os cuidados com idosos -aumentando o estresse e prejudicando a produtividade.

    Outro ponto é que a Covid-19 também está acelerando a adoção da automação e digitalização, como computação em nuvem, engenharia e inteligência artificial, nichos onde há pouca participação feminina.

    “As mulheres não estão bem representadas na maioria das funções onde há crescimento, o que significa que estamos acumulando problemas de representação de gênero ainda maiores à medida que emergimos da pandemia”, disse Sue Duke, chefe de políticas públicas globais do LinkedIn, que colaborou com o FEM na análise.

    Disparidade internacional

    A disparidade de gênero é menor em países nórdicos, com Islândia, Noruega, Suécia, Finlândia e Suécia.

    A Organização das Nações Unidas estimou em setembro do ano passado que as consequências da pandemia poderiam levar mais 47 milhões de mulheres à pobreza.

    “Estamos vendo mulheres abandonando a força de trabalho em massa. É como se a Espanha caísse na pobreza”, disse Melinda Gates, co-presidente da Fundação Bill e Melinda Gates, a Becky Anderson da CNN no início deste mês.

    (Texto traduzido. Clique aqui para le ro original)