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    Marcas ignoraram pessoas negras por muito tempo; Tristan Walker quer mudar isso

    Fundador da Walker & Company Brands tem como missão atender às necessidades de saúde e beleza das pessoas negras em escala global

    Jeanne Sahadi, do CNN Business

    Durante décadas, as marcas fabricantes produtos de beleza e cuidados pessoais atendiam quase que exclusivamente às necessidades de consumidores brancos. Os poucos produtos criados para pessoas negras eram geralmente relegados a uma pequena seção de “beleza étnica” nas lojas.

    Em 2013, Tristan Walker decidiu mudar isso ao fundar a Walker & Company Brands. Sua missão: atender às necessidades de saúde e beleza das pessoas negras em escala global. Através do seu sucesso — sua empresa se tornou uma subsidiária da Procter & Gamble em 2018 — Walker procurou informar investidores e outros fabricantes de produtos de consumo sobre as oportunidades de expandir seus negócios.

    “Eles têm ignorando um mercado imenso”, diz ele, especialmente considerando as projeções de que até 2045, brancos não-hispânicos não serão mais a maioria da população dos EUA. “Temos um público que não é atendido como merece ser há mais de 100 anos. Se a maioria do mundo representa esse público, por que você não a atende?” disse ele em uma entrevista recente à Rachel Crane, do CNN Business.

    Quando perguntado se ele acreditava que outros varejistas deveriam seguir o exemplo da Sephora e dedicar 15% de seu espaço nas prateleiras a produtos de empresas pertencentes a negros, Walker respondeu: “É um ótimo começo, espero ver mais disso.”

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    Mas ele também incentivou as marcas a serem mais ousadas do que isso. “Por que só 15%? Quando penso que os negros serão a maioria neste país em 20, 30 anos — por que não dar uma impulsionada nesse futuro? Será que mais da metade da loja consegue representar a necessidade desse público crescente?”

    A mesma pergunta pode ser feita às empresas americanas, que, após o assassinato de George Floyd, estão sob pressão para finalmente reconhecer o racismo e a exclusão que têm prejudicado os afrodescendentes e outros funcionários de grupos minoritários há décadas.

    Walker disse que está animado em saber que as empresas estão tomando uma posição firme contra o racismo. Mas, para fazer mudanças reais no futuro, ele recomenda que primeiro reconheçam o trauma que os funcionários negros enfrentam diariamente em relação à justiça e igualdade. Em seguida, que examinem atentamente quais são os valores declarados da empresa e se suas decisões e ações estão de fato alinhadas a eles.

    “Não se trata apenas de fazer doações para algumas organizações, mas de acompanhar. Você está contratando pessoas que representam o público que você está servindo? Você está colocando pessoas em suas diretorias que representam o público que você está servindo?”

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