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    Eleição nos EUA: melhores e piores momentos da 3ª noite da Convenção Republicana

    Os discursos de maior destaque da noite foram de Mike Pence e sua mulher, Karen Pence

    A Convenção Nacional Republicana dos Estados Unidos 2020 continuou, na noite dessa quarta-feira (26), com os Pences – o vice-presidente Mike Pence e a vice-primeira-dama Karen Pence – como principais atrações do evento.

    Confira abaixo os melhores e piores momentos da terceira noite do evento.

    Melhores momentos

    Madison Cawthorn

    O indicado republicano para o 11º Distrito da Carolina do Norte venceu o candidato apoiado pelo presidente Donald Trump nas primárias do partido. Desde então, Cawthorn vem sendo adotado pelo magnata e todos os outros líderes republicanos, e visto como uma das futuras estrelas do partido.

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    Cawthorn, que está em cadeira de rodas após um acidente de carro sofrido aos 18 anos, cumpriu essa promessa em seu discurso. Evitando ataques diretos e sarcásticos, ele preferiu destacar a coisa mais rara hoje em dia na política: ouvir mais e falar menos. 

    “Aos liberais, eu digo: vamos conversar”, disse Cawthorn. “Aos conservadores, vamos definir o que apoiamos e ganhar a discussão em setores como saúde pública e meio ambiente.”

    Mike Pence

    Se o objetivo da fala do vice-presidente dos EUA era garantir que Trump e os apoiadores mais fervorosos deste vissem Pence como um ajudante confiável e leal, um herdeiro sensato do legado do mandatário, a missão foi cumprida. 

    Todo o discurso de Pence foi dedicado à ideia de que não importa o que você pensa sobre o que Trump diz (e tuíta), não há dúvida de que ele vem fazendo o que disse que iria fazer. Enquanto isso é muito discutível, principalmente quando se trata do novo coronavírus, o discurso de Pence o ajuda aos olhos da coalizão de Trump dentro do Partido Republicano. Este é o grupo que Pence terá que confiar como própria base quando, quer dizer, se ele concorrer à presidência em 2024.

    Apesar da vontade de Pence de descrever Joe Biden como alguém que não tem o otimismo necessário para ser presidente, que apoia o socialismo e está em dívida com a “esquerda radical”, a fala do vice-presidente foi convincente em todos os aspectos e muito longa. O slogan “Make America Great Again. Again”, anunciado ao fim do discurso dele, é estranho, mas para Pence e o que ele quer fazer, provavelmente foi eficaz.

    Karen Pence

    A vice-primeira-dama fez um discurso muito seguro. Ela se distanciou de qualquer tipo de ataque aos democratas e de muitos elogios a Trump. Foi uma fala apolítica sobre as experiências dela com os veteranos militares. Mas como essa convenção tem sido marcada por raiva, inverdades e gritos, Karen Pence foi uma mudança de rumo grande e bem-vinda.

    Piores momentos

    Covid-19

    Foi mais uma noite da convenção republicana em que a pandemia do novo coronavírus, que já infectou cerca de 5,8 milhões de norte-americanos e matou 179 mil, mal foi mencionada. Pence chegou a falar sobre ela em seu discurso, mas apenas para explicar a determinação de Trump e a eficácia da resposta do governo à doença.

    Está mais do que claro que o presidente e sua equipe política querem passar uma mensagem de que a Covid-19 já ficou para trás – e graças a Donald Trump. Infelizmente, doenças infecciosas não se importam com o que é dito em convenções políticas. E as pesquisas sugerem que a maioria dos norte-americanos acredita que a maneira como o presidente lida com a pandemia é a questão mais importante da campanha. Ignorar essa ameaça contínua não vai fazê-la desaparecer.

    Racismo

    O caso Jacob Blake, um homem negro de 29 anos que foi baleado em Kenosha, no estado de Wisconsin, voltou a incendiar o país e levar manifestantes às ruas. Os jogadores da NBA (principal liga de basquete profissional da América do Norte) decidiram boicotar os jogos dessa quarta e se reuniram para decidir se encerram a temporada para focar em ativismo social. Este é mais um em uma série de incidentes no país nos quais policiais atiram em homens negros, e a mais nova centelha no barril de pólvora do debate nacional em curso sobre racismo nos EUA.

    Mas nada disso foi falado na convenção republicana na noite de quarta-feira. A única menção ao ocorrido em Kenosha foi feita por Pence no final do evento, quando ele disse: “Deixem-me esclarecer, a violência tem que parar, seja em Mineápolis, Portland ou Kenosha”. Isso não é exatamente se envolver com a complexidade do assunto ou a injustiça social arraigada que está no centro de toda essa questão.

    Discursos ao vivo

    Sobre a Convenção Nacional Democrata na semana passada, Donald Trump disse: “Eles estão gravando os discursos […]. Você sabe quando ouve discursos gravados, é como se não tivesse nada de empolgante”. O único discurso ao vivo em toda a terceira noite da convenção republicana foi o feito por Pence. O único em mais de 150 minutos de programação.

    Kristi Noem

    A governadora de Dakota do Sul tem ambições que vão além das fronteiras de seu próprio estado. Isso fez do discurso já sem vida dela ainda mais desconcertante. Noem apenas leu o texto no teleprompter, sem emoção e com pouca energia. 

    Marsha Blackburn

    A senadora pelo Tennessee fez seu nome nos círculos republicanos com sua vontade de atacar os democratas. Na noite de quarta-feira, Blackburn fez isso, criticando o socialismo que ela alegou que os democratas apoiam. Mas se alguém realmente a ouvisse, iria ver que ela não apenas foi ridiculamente exagerada, mas também falou sobre um velho medo dessa ala. 

    Um exemplo: “Se os democratas pudessem, eles manteriam vocês trancados em suas casas até que se tornassem dependentes do governo para tudo”, disse ela. “Isso parece muito com o Comunismo da China para mim.”

    (Texto traduzido, clique aqui e leia o original em inglês.)

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