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    COVID-19 faz produção industrial cair 9,1% e registrar pior março desde 2002

    Queda é a mais intensa desde a greve dos caminhoneiros, em 2018. Produção voltou aos níveis de agosto de 2003

    A produção industrial brasileira recuou 9,1% em março, em relação ao mês anterior, divulgou nesta terça-feira (5), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no pior resultado para o mês desde 2002. No geral, a queda também é mais intensa desde a greve dos caminhoneiros, em maio de 2018, quando a contração foi de 11%. 

    Com isso, a produção voltou a patamares próximos aos de agosto de 2003.

    Frente ao mesmo mês do ano anterior, a indústria caiu 3,8%, o quinto recuo consecutivo nessa base de comparação, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal (PIM).

    Segundo o IBGE, os números foram impactados pelas medidas de isolamento social impostas na tentativa de conter o avanço do novo coronavirus, que culminou no fechamento de diversas fábricas.

    “Esse impacto da pandemia fica evidenciado quando se compara com o mês de fevereiro, já que a taxa é fortemente negativa e representa a queda mais intensa desde maio de 2018, quando houve a greve dos caminhoneiros”, diz o gerente da pesquisa, André Macedo.

    Neste ano, março teve 22 dias úteis, três a mais do que em 2019, mas o efeito-calendário positivo não foi suficiente para compensar os efeitos da COVID-19. 

    No ano, o setor industrial acumula uma perda de 1,7% e, em 12 meses, de 1%.

    Queda generalizada

    A queda na indústria foi generalizada. Todas as quatro categorias econômicas pesquisadas pelo IBGE apresentaram recuo em março, assim como 23 das 26 atividades pesquisadas.

    A atividade que apresentou a maior contração no mês foi a dos veículos automotores, reboques e carroceriasm, que recuou 28%. Dentro desse universo, o segmento mais afetado foi o de automóveis, mas o de caminhões e autopeças também teve perdas, segundo o IBGE.

    “O movimento de quarentena fez com que muitas empresas interrompessem o seu processo de produção, seja concedendo férias coletivas ou paralisando as atividades por determinados períodos”, afirma Macedo.

    O IBGE ressalta que o período de confinamento atingiu apenas parte do mês de março e variou entre estados. Da mesma maneira, o impacto dessas medidas foi diferente entre os setores da economia. O de alimentos, por exemplo, teve queda menor do que o de veículos.

    “É um segmento que tem uma importância para a manutenção do consumo das famílias. E há até atividades com comportamento positivo, como perfumaria, produtos de limpeza e higiene pessoal, que também vão nessa esteira das necessidades básicas das famílias. Mas o que se verifica no conjunto do setor industrial é um comportamento negativo relevante e, mais do que isso, uma disseminação de resultados negativos por várias atividades”, resume Macedo.

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