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    Produção da indústria cresce 8% em julho, mas não elimina perdas da pandemia

    É o terceiro mês consecutivo que o setor apresenta alta; 25 dos 26 setores tiveram acréscimo, fato inédito

    Paula Bezerra, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    A produção industrial brasileira registrou alta de 8% em julho, na comparação com junho, segundo informações divulgadas nesta quinta-feira (03) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a primeira vez que a indústria demonstrou alta de 25 dos 26 setores. 

    De acordo com o IBGE, a principal influência no resultado para o mês segue sendo do setor de veículos automotores, reboques e carrocerias, que cresceu 43,9%. 

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    A terceira alta consecutiva, porém, ainda é insuficiente para eliminar a perda de 27% acumulada entre março e abril, provocada pelo isolamento social para conter a disseminação da pandemia do novo coronavírus. A queda de produção no período atingiu o seu ponto mais maixo desde a série. 

    Já na comparação com julho de 2019, a produção industrial retraiu 3%, o nono resultado negativo seguido neste tipo de comparação. O IBGE também informou que no acumulado dos últimos 12 meses, a taxa segue no negativo, com retração de 5,7%, o recuo mais elevado desde dezembro de 2016. 

    Nos sete primeiros meses de 2020, a indústria apresenta queda de 9,6%. Segundo André Macedo, gerente de pesquisa do IBGE, o índice e o patamar abaixo de 2019 demonstram que ainda há espaço para recuperação. 

    ”Observa-se uma volta à produção desde maio, e é um crescimento importante, mas que ainda não recupera as perdas do período mais forte de isolamento”, afirma. 

    Destaques

    Ainda em alta, o principal setor que tem puxado os dados da indústria para cima é o automotivo. Nos últimos três meses, o setor acumula expansão de 761,3%, mas ainda assim se encontra 32,9% abaixo do patamar de fevereiro último.

    “A indústria automotiva puxa diversos setores em conjunto, sendo o ponto principal de outras cadeias produtivas”, destacou Macedo.

    O único setor a apresentar perdas foi o de Impressão e reprodução de gravações, com queda de 40,6%, depois de expansão de 77,1% em junho.

    Entre as categorias econômicas, a fabricação de Bens de Consumo duráveis aumentou 42,0% em julho sobre o mês anterior, enquanto a de Bens de Capital subiu 15,0%.

    Os Bens de Consumo Intermediários tiveram aumento de produção de 8,4%, e os Bens de Consumo Semi e não Duráveis cresceram 4,7%.

    “Muita gente fora do mercado e sem emprego são variáveis importantes para acompanhar daqui para a frente. O mercado de trabalho é importante para uma consistência da eventual retomada da produção industrial”, disse Macedo.

    No segundo trimestre, a indústria foi a mais afetada pelas consequências do coronavírus, com recuo recorde da produção de 12,3% sobre os três meses anteriores, segundo os dados do PIB divulgados esta semana pelo IBGE.

    Já o mercado prevê que a produção do setor vai encolher 7,35% este ano, de acordo com a pesquisa Focus do Banco Central, com a economia retraindo 5,28%.

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    (Com Reuters) 

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