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    BNDES e setor aéreo divergem sobre valor de ações e pacote de apoio emperra

    Raquel Landimda CNN

    O pacote de apoio do BNDES e dos bancos às empresas aéreas afetadas pela pandemia do novo coronavírus está quase pronto, mas ainda emperra numa dificuldade. O nó é estabelecer o valor das ações das empresas.

    O formato do pacote é um empréstimo de longo prazo e o instrumento a ser utilizado são debêntures conversíveis – títulos de dívida que são transformadas em ações em caso de calote. Mas a qual valor seria feita a conversão? 

    Se utilizadas as cotações atuais, como propõe o BNDES, o banco estatal poderia se tornar dono de um terço do capital das principais empresas do país: Latam, Gol e Azul.

    As empresas gostariam de utilizar o valor pré-pandemia, o que resultaria numa fatia para o banco muito menor. Desde o início da crise, as ações das empresas aéreas despencaram.
    Os técnicos do BNDES temem questionamentos do Tribunal de Contas da União (TCU) caso aceitem valores inferiores aos praticados no mercado. Operações similares com frigoríficos durante os governos do PT transformaram o banco em alvo de investigação.

    Já as empresas aéreas argumentam que as ações despencaram por causa de um fato exógeno a suas atividades. A pandeia do novo coronavírus, que reduziu em mais de 90% a demanda por passagens aéreas.

    Os demais termos do pacote estão definidos. Os empréstimos devem ficar entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3,5 bilhões por empresa, com cinco anos de prazo para pagar, um ano de carência e juros de cerca de 6% ao ano.

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