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    Existe uma academia que está expandindo os negócios mesmo com a Covid-19

    A Orangetheory está razoavelmente otimista sobre o futuro, já que abriu mais de 30 academias desde agosto de 2020, a maioria delas nos Estados Unidos

    Matt Egan, , do CNN Business

    Durante o auge da pandemia, todas as 1.400 unidades da Orangetheory Fitness no mundo todo fecharam. O futuro parecia incerto para essa marca de fitness conhecida por suas intensas rotinas de exercícios indoor, bem como para todo o setor de academias de ginástica.

    Mas a Orangetheory sobreviveu, e agora trabalha em seus planos de expansão.

    Foi difícil, mas a empresa conseguiu manter suas unidades em operação, ajudando-as a obter fundos de auxílio emergencial por conta da Covid-19 disponíveis nos EUA, a renegociar com proprietários e lançar opções alternativas de treino, incluindo um aplicativo virtual.

    “Sem essa forte parceria e o trabalho em conjunto não teríamos sido capazes de sobreviver a esse ano”, disse à CNN Business Dave Long, cofundador e CEO da Orangetheory.

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    Long contou que a perspectiva de fechar a empresa era real, lembrando que os meses de março a maio foram um “período de grande estresse todos os dias”. Marcas de fitness rivais, incluindo a Gold’s Gym, a 24 Hour Fitness e a proprietária do New York Sports Club pediram falência.

    Com os aluguéis se acumulando, os franqueados da Orangetheory fizeram acordos de suspensão dos contratos de trabalho com seus funcionários, e a sede corporativa demitiu 20% de sua equipe.

    As contas dos sócios foram “congeladas”, enquanto os ratos de academia adotavam a Peloton (uma bike conectada, que permite ao usuário acessar vídeos e participar de aulas via streaming), passavam a praticar corrida ou transformavam suas casas em academias improvisadas.

    Dave Long e sua equipe trabalharam em um aplicativo de treino virtual enquanto ajudavam os donos de academias a acessar o auxílio do governo e a negociar acordos com os proprietários.

    Meses depois, apesar da piora da pandemia, cerca de 90% das academias da Orangetheory estão abertas de alguma forma, contando com distanciamento social, máscaras, limpeza, aulas mais curtas e treinos ao ar livre quando o tempo permite.

    A Orangetheory está razoavelmente otimista sobre o futuro, já que abriu mais de 30 academias desde agosto de 2020, a maioria delas nos Estados Unidos. Algumas delas estavam com inaugurações programadas para o meio do ano, mas foram adiadas por causa das restrições de saúde.

    Apenas duas unidades da Orangetheory fecharam permanentemente, um contraste gritante com os milhares de restaurantes que não sobreviveram à pandemia.

    “Sempre tivemos a confiança de que se alguma marca de fitness ia sobreviver, seria a nossa “, disse Long.

    “Exercício de resistência”

    Inaugurada em 2010, a Orangetheory abriu mais de mil franquias em 11 países. A marca é conhecida por seus treinos de uma hora de alta intensidade. Os membros usam monitores de frequência cardíaca enquanto se exercitam em máquinas de remo, esteiras e com pesos, e telas em toda a academia exibem os batimentos cardíacos dos usuários.

    O objetivo é passar pelo menos 12 minutos nas zonas laranja e vermelha de frequência cardíaca para acelerar o metabolismo e queimar calorias por muito tempo depois do treino – daí o nome Orangetheory (teoria laranja, em tradução livre).

    No entanto, apesar das novas unidades, a própria Orangetheory não está funcionando “com tudo”, como os professores da academia diriam.

    Dependendo da localização, entre 20 e 40% das contas de sócios permanecem congeladas. A Orangetheory ainda tem cerca de 10% menos cargos corporativos do que antes da pandemia. Além disso, enfrenta novos desafios com o restabelecimento das restrições de saúde pelos governos estaduais nos Estados Unidos.

    O estado da Califórnia impôs uma ordem regional de isolamento em casa no início de dezembro, determinando que academias em condados onde os casos de Covid-19 estão aumentando “suspendam as atividades internas”, embora academias ao ar livre possam continuar a operar com distanciamento social.

    “Sabemos que ainda não estamos fora de perigo. Podemos ter de enfrentar mais três ou quatro meses de exercício de resistência”, comentou Long.

    Mais ajuda seria importante

    Para superar a crise, alguns donos de academias contaram com a ajuda do governo federal norte-americano. Os franqueados da Orangetheory fizeram empréstimos perdoáveis do Programa de Proteção de Salários (PPP) dos EUA, que concedeu mais de US$ 500 bilhões para pequenas empresas entre abril e agosto. No entanto, o programa parou de aceitar inscrições em agosto.

    “Com certeza foi uma solução temporária bastante útil, mas, infelizmente, por causa da duração da crise, não foi suficiente”, lamentou Long. “Outra rodada não apenas ajudaria a Orangetheory, mas marcas de fitness em geral a sobreviver a outra onda”.

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    O pacote bipartidário de auxílio negociado pelo governo dos Estados Unidos inclui fundos para empréstimos adicionais do PPP.

    Embora as vacinas contra o coronavírus já estejam autorizadas e sendo aplicadas em alguns lugares, Long ponderou que a Orangetheory está trabalhando de forma muito conservadora para 2021. A meta é obter uma receita total de 55% a 65% do faturamento de 2019.

    “Ainda estaremos em condições de nos recuperarmos, mesmo que isso se estenda até a metade de 2021”, disse.

    O treino virtual veio para ficar?

    Para sobreviver aos meses de dezembro a fevereiro, a Orangetheory está contando com a tecnologia.

    No Canadá, a empresa lançou recentemente a OT Live, uma plataforma virtual que permite aos sócios assistir a aulas e se motivar em tempo real pelos professores, que podem ver seus treinos e até mesmo seus batimentos cardíacos. Os membros podem escolher quem pode vê-los na aula virtual.

    “Isso dá a mesma sensação de estar em uma academia”, afirmou Long. “Nosso arroz com feijão é o coaching ao vivo. Os membros querem ser responsáveis pelo próprio treino por um certo tempo, mas receberem apoio e motivação também”.

    A OT Live, que custa o mesmo que uma aula normal, está também sendo lançada na Califórnia, em meio ao retorno das restrições de saúde por lá. Long disse que a estratégia de longo prazo é agregar aulas virtuais como parte das mensalidades regulares.

    No caso das aulas presenciais, a Orangetheory está intensificando os protocolos de limpeza, exigindo distanciamento social, diminuindo o tamanho das aulas e insistindo que os membros usem máscaras dentro das academias.

    O uso de máscaras pode tornar um treino que já é duro muito mais difícil, por isso Long disse que os membros devem voltar “de leve” aos treinos com o equipamento de proteção.

    “Estamos dando opções às pessoas para que, se não se sentirem seguras para voltar, possam esperar o tempo necessário até estarem prontas”, garantiu.

    A Orangetheory aposta que, no fim, as pessoas irão aprender a lidar com suas preocupações de saúde, especialmente quando a busca for por alívio.

    “Os últimos nove meses foram os mais estressantes da vida da maioria das pessoas”, disse Long. “As pessoas precisam de exercício e bem-estar mais do que nunca”.

    (Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês).

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