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    Bolsa cai 1% e dólar avança com mudanças na Economia e início da CPI da Covid

    Com noticiário agitado em Brasília, Ibovespa mostrou fraqueza. Investidores ainda esperam novos sinais de política monetária do Federal Reserve

    Matheus Prado e Leonardo Guimarães, , do CNN Brasil Business, em São Paulo*

    O dólar subiu 0,25%, nesta terça-feira (27) a R$ 5,4625 na venda em um dia de noticiário agitado em Brasília.

    Na B3, o Ibovespa mostrou fraqueza e recuou 1%, para 119.388 pontos, mesmo com o avanço de 1,43% da Vale (VALE3), que divulgou balanço positivo na segunda (26).

    Investidores aguardavam novos sinais de política monetária do Federal Reserve (banco central dos EUA) e olhavam para o início da CPI da Covid-19.

    O mercado também olhava para mudanças no Ministério da Economia. O ministro Paulo Guedes tirou o secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, do cargo. Para o lugar dele, Guedes indicou que vai apontar Bruno Funchal, que hoje comanda a Secretaria do Tesouro Nacional.

    Para André Perfeito, economista-chefe da Necton, o mercado não mostra grande reação à mudança porque ainda dá votos de credibilidade ao governo. Hoje, porém, o desempenho foi afetado por um exterior pessimista. 

    Por outro lado, o especialista se mostra preocupado com o nível atual do Ibovespa: “A bolsa já atingiu patamares de resistência. Por enquanto, os juros de 10 anos nos EUA estão caindo, mas basta ensaiar alta que podemos ver as coisas ficarem tensas novamente por aqui”, opina. 

    O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,60 por cento em abril, sobre alta de 0,93 por cento no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O acumulado do ano é de 2,82% e o dos últimos 12 meses é 6,17%.

    Lá fora

    Os resultados mornos de Tesla e 3M pesaram em Wall Street nesta terça-feira, com os principais índices encerrando de forma mista, já que investidores se concentraram em uma temporada de balanços trimestrais por vir que inclui os de Microsoft, Alphabet e outros pesos pesados do setor.

    O índice Dow Jones encerrou com leve alta de 0,01%, aos 33.984 pontos, o S&P 500 perdeu 0,02%, aos 4.186 pontos, e o Nasdaq recuou 0,34%, aos 14.090 pontos.

    A fabricante de carros elétricos Tesla caiu depois que seus resultados trimestrais apresentados na segunda-feira ficaram aquém das expectativas de alguns investidores, com seu balanço sustentado bem mais por vendas de créditos ambientais e liquidação de bitcoins do que por vendas de automóveis.

    As ações europeias fecharam em queda nesta terça-feira, já que o otimismo sobre fortes balanços corporativos britânicos foi compensado pela notícia de que o UBS sofreu impactos após negociações com a firma de investimentos norte-americana Archegos, enquanto as ações de viagens alcançaram máximas recordes em meio a esperanças de uma recuperação pós-Covid.

    O índice FTSEurofirst 300 caiu 0,03%, a 1.693 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 perdeu 0,08%, a 439,85 pontos, com os investidores deixando de fazer grandes apostas antes da decisão de política monetária do Federal Reserve. Espera-se que o banco central dos Estados Unidos mantenha sua postura de política monetária frouxa.

    As bolsas asiáticas fecharam sem direção única e com  mudanças tímidas, com investidores sendo mais cautelosos antes da reunião de política monetária de dois dias do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), que começa hoje. Como se esperava, o Banco do Japão (BoJ) deixou as configurações de sua política inalteradas no começo da madrugada.

    O índice acionário japonês Nikkei caiu 0,46% em Tóquio, a 28.991,89 pontos, enquanto o Kospi cedeu 0,07% em Seul, a 3.215,42 pontos, apesar de a Coreia do Sul ter crescido mais que o esperado no primeiro trimestre, e o Hang Seng recuou 0,04% em Hong Kong, a 28.941,54 pontos, ainda que a ação local do HSBC tenha saltado 2% após o banco britânico – que tem foco na Ásia – divulgar forte balanço trimestral.

    Já na China continental, os mercados tiveram ganhos marginais: o Xangai Composto subiu 0,04%, a 3.442,61 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,03%, a 2.281,93 pontos. O Taiex se comportou de forma semelhante em Taiwan, garantindo ligeira ala de 0,13%, a 17.595,90 pontos.

    O Fed começa a revisar sua política monetária mais tarde e anuncia decisão nesta quarta-feira. Para Edward Moya, analista sênior de mercado da Oanda, o anúncio “deverá ser chato”, já que a expectativa é a de que o BC americano mantenha sua política atual. De qualquer forma, investidores tradicionalmente ficam atentos a quaisquer comentários do presidente do Fed, Jerome Powell, sobre perspectiva econômica e a indícios de quando as medidas de estímulos podem começar a ser revertidas.

    Nesta madrugada, o BC japonês, conhecido como BoJ, deixou sua política monetária inalterada, mas reiterou a disposição de adotar medidas adicionais, se necessário. Já seu presidente, Haruhiko Kuroda, avaliou que a meta de inflação de 2% do BoJ ainda é viável, embora as projeções para os próximos anos sejam de preços fracos.

    Continua no radar a situação da Covid-19 na Ásia, principalmente na Índia, que vem acumulando recordes diários de novos casos, e no Japão, que estuda o endurecimento de medidas para conter a doença.

    Na Oceania, a bolsa australiana ficou levemente no vermelho, pressionada por ações de tecnologia e saúde. O S&P/ASX 200 caiu 0,17% em Sydney, a 7.033,80 pontos.

    *Com informações de Estadão Conteúdo e Reuters

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