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    Brasileiro em Israel diz à CNN não querer voltar ao Brasil mesmo em meio a guerra

    Desde o ataque do grupo radical islâmico Hamas, no último sábado (7), Hélcio Júnior diz que as pessoas têm medo de andar nas ruas

    Hélcio Júnior: motorista brasileiro vive em Israel há mais de uma década, disse à CNN ter um bunker para se proteger de ataques aéreos em seu apartamento
    Hélcio Júnior: motorista brasileiro vive em Israel há mais de uma década, disse à CNN ter um bunker para se proteger de ataques aéreos em seu apartamento CNN

    Leonardo RodriguesRafael Saldanha*da CNN São Paulo

    “Eu não quero voltar para o Brasil. Israel já me proporcionou muitas coisas boas, se tornou a minha casa, mas se eu não tiver outra opção, terei de voltar”, disse à CNN o motorista de caminhão Hélcio Júnior, que vive no distrito de Shoham, a cerca de 46 quilômetros da capital Jerusalém, há mais de uma década, com duas filhas pequenas e a esposa.

    Desde o ataque do grupo radical islâmico Hamas, no último sábado (7), são ao menos 1.000 mortos em Israel e 900 em Gaza, incluindo dois brasileiros. A Força Aérea Brasileira planeja uma mobilização de voos para resgatar brasileiros na região do conflito nas próximas semanas.

    “A cidade parece morta”

    Por morar na região central do país, Hélcio não está numa área de rapto de civis e disparos por terra. Ele relata, contudo, a sinalização recorrente de ataques de mísseis com sirenes: “Quando elas tocam, todos têm de correr para suas casas, para entrar nos ‘bunkers‘”.

    Seu apartamento conta com um desses abrigos de proteção contra ataques aéreos. “Ele tem saída de ar, ar-condicionado e um aparelho que nos protege de ataques químicos. Todos os apartamentos do prédio têm um”, diz.

    Mesmo com o dispositivo que alerta sobre o perigo, Hélcio afirma que as ruas têm ficado vazias e a cidade “parece morta”.

    No sábado, quando o Hamas executou a invasão, para surpresa das autoridades israelenses, o motorista passeava com sua filha, de 3 anos, e o cachorro da família, até que as sirenes soaram: “Eu tive de levá-la para casa imediatamente, mas sem contar o motivo. Ela não entendia, não queria voltar”.

    “Estou aqui desde 2006. Já passei por muitos problemas aqui com relação ao Hamas e ao Hezbollah, mas é a primeira vez que eu vejo um ‘sentimento de guerra’. As pessoas na rua estão tristes, com medo. Muitas não estão trabalhando”, concluiu.

    Veja também: Imagens de satélite mostram ataques na Faixa de Gaza e em Israel

    *Estágiário sob supervisão de Elis Franco