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    Dólar bate novo recorde e fecha a R$ 5,26 com tensões por avanço da COVID-19

    No ano, moeda norte-americana acumula alta de mais de 30%

    Do CNN Business Brasil, em São Paulo*

    O dólar subiu forte e bateu novo recorde nominal (sem considerar a inflação) nesta quarta-feira (1º), fechando acima dos R$ 4,26. Em todo o mundo, investidores continuam receosos diante do incerto alcance dos efeitos do coronavírus na economia e da iminência de uma recessão global.

    A moeda norte-americana terminou o dia em valorização de 1,29%, a R$ 5,2613 na venda, superando com folga a máxima histórica de fechamento anterior, de R$ 5,1993, alcançada em 18 de março.

    Durante os negócios, a cotação chegou a R$ 5,2756, também um novo recorde nominal intradiário.

    Com os ganhos desta quarta, a valorização do dólar no ano chega a 31,11%.

    O real é a moeda que mais cai contra o dólar em 2020, em uma lista de 34 divisas. A moeda dos Estados Unidos tende a se fortalecer em tempos de instabilidade e de recessão, dada a maior procura de investidores e empresas por ativos seguros.

    Exterior negativo

    A atividade industrial da zona do euro entrou em colapso no mês passado, enquanto o setor privado norte-americano fechou, em termos líquidos, postos de trabalho em março pela primeira vez desde 2017.

    Enquanto isso, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou os norte-americanos de que as próximas duas semanas serão muito difíceis na luta contra o coronavírus, com autoridades de saúde da Casa Branca prevendo um enorme salto nas mortes relacionadas à doença, mesmo após medidas rigorosas de distanciamento social.

    “Há um clima superpesado, com o coronavírus — principalmente nos EUA — atingindo patamares inimagináveis”, disse Jefferson Laatus, sócio e fundador do grupo Laatus.

    “Isso assusta bastante o mercado, porque tem um impacto econômico sem precedentes… Vai causar uma desaceleração enorme, não só nos Estados Unidos, mas no mundo todo”, acrescentou.

    Medidas no Brasil aliviam, mas pouco

    Diante da valorização acentuada, o Banco Central interveio no câmbio com venda de US$ 645 milhões no mercado à vista, operação que apenas evitou uma alta ainda mais forte da moeda.

    Mais cedo, o BC deu início à rolagem de contratos de swap cambial com vencimento em 4 de maio de 2020, totalizando US$ 4,9 bilhões. A autarquia vendeu todos os 10 mil contratos ofertados na sessão. 

    Também teve efeito limitado no câmbio a Medida Provisória (MP) que muda a tributação de investimentos de bancos no exterior, publicada pelo governo na terça-feira. Ela busca eliminar distorções ligadas a operações de hedge (instrumento de proteção) pelas instituições financeiras, o que, segundo as autoridades, deveria suavizar movimentos de câmbio.

    Apesar de na pesquisa Focus, do BC, a mediana das projeções dos economistas apontar para o dólar a R$ 4,50 ao fim do ano, cada vez mais analistas veem o patamar de R$ 5 como mais provável.

    *Com Reuters

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