Senado dos EUA aprova auxílio de US$ 1,9 tri mesmo sem nenhum voto republicano
O plano de resgate da economia americana, segundo maior da história, passou no Senado com diferença mínima e sem nenhum voto dos senadores republicanos
Os Estados Unidos estão mais próximos de concretizar o pacote de resgate da economia do presidente Joe Biden. Neste sábado, o Senado norte-americano aprovou o American Rescue Plan, projeto de US$ 1,9 trilhão para trabalhadores, estados e municípios americanos superarem a crise econômica causada pelo coronavírus.
A votação foi apertada e mostrou que, mesmo com maioria na Casa, o presidente Joe Biden não deve ter vida fácil para aprovar seus projetos mais importantes. Após uma sessão que durou toda a noite, os democratas conseguiram uma vitória por 50 a 49.
Nenhum republicano apoiou o pacote de Biden. O partido de oposição havia proposto cerca de 30 emendas ao projeto, que enxugaria o pacote a um terço do tamanho que ele promete ter, caso seja aprovado como está na sua volta à Câmara dos Deputados.
Embora tenham votados todos contra este projeto, os senadores republicanos apoiaram o pacote de ajuda de US$ 2,2 trilhões de março do ano passado, durante o início da pandemia, quando Donald Trump ainda era presidente e recebeu o apoio de senadores democratas.
A vitória de Biden aconteceu sem a necessidade do voto de minerva da líder do Senado, a vice-presidente Kamala Harris, porque um dos senadores republicanos, Dan Sullivan, do Alasca, teve que se ausentar da sessão para acompanhar o funeral de um familiar. Em casos de empate, o voto do vice-presidente, que acumula o cargo de presidente do Senado, tem peso maior.
O pacote de US$ 1,9 trilhão é o segundo maior da história americana e inclui US$ 400 bilhões em pagamentos únicos de US$ 1.400 para a maioria dos americanos. Cerca de 9,5 milhões de desempregados receberão, ainda, US$ 300 por semana em auxílio-desemprego até o verão, além do que já recebem normalmente do governo. Essa parte do projeto veio da Câmara dos Deputados com o valor de US$ 400, mas foi reduzida no Senado –segundo os democratas, para facilitar a aprovação.
Outro ponto do projeto que foi aprovado na Câmara, mas que não seguiu adiante, foi o aumento do salário mínimo, que dobraria, passando para US$ 15 por hora. O Senado rejeitou.
A ajuda inclui, ainda, US$ 350 bilhões aos governos estaduais e às prefeituras para cobrir o déficit do último ano, ajudar a recuperar as economias locais e repor os 9,5 milhões de empregos ceifados por conta da pandemia. Mas a expectativa é que a recuperação do mercado de trabalho seja lenta, podendo demorar anos.
O projeto prevê que o estímulo econômico dado aos estados e municípios seja empregado na redução da pobreza infantil, que pode cair à metade por meio da expansão de créditos fiscais para americanos de baixa renda com filhos. O texto direciona, ainda, o dinheiro para pagamento de creches e uma ampliação do número de americanos contemplados pela Affordable Care Act, conhecido como Obamacare, que amplia o acesso dos americanos a serviços de saúde. O auxílio deve expandir também os cupons de alimentação fornecidos pelo governo e o auxílio para aluguel.
A expectativa é a de que a Câmara aprove o projeto em segunda votação, que deve acontecer já na próxima semana. Depois, o texto segue para a mesa do presidente Biden para ser sancionado.
* Com informações da Reuters