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    Negros têm mais dificuldade para abrir e manter o próprio negócio no Brasil

    Segundo Adriana Barbosa, CEO da Preta Hub, o empreendedorismo foi o caminho que a população negra encontrou após o final da escravatura

    Da CNN

    Empreender, muitas vezes, é sinônimo de realizar o sonho de ter o próprio negócio. Mas, para uma parcela da população, é uma alternativa para sobreviver. No Brasil, um mapeamento inédito feito pelo banco JP Morgan e pela aceleradora Preta Hub mostra que a população negra tem dificuldades para abrir e manter a própria empresa. 

    O levantamento traçou um perfil do empreendedor negro no Brasil: 68,6% tem até 40 anos, mais da metade, 59,3%, não tem ensino superior e aproximadamente 30% tiveram crédito negado sem explicação.

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    Segundo Adriana Barbosa, CEO da Preta Hub, o empreendedorismo foi o caminho que a população negra encontrou após o final da escravatura. Ou seja, foi a lógica da necessidade. 

    “Acesso a crédito, a maquinário, a tecnologia são grandes desafios enfrentados pela população negra. Especialmente em tempos de Covid-19, uma outra questão é em relação a internet”, disse. 

    Edson Mackeenzy hoje é diretor de investimento da TheVenture City, uma empresa global, mas seu o espírito de empreendedor começou cedo. Aos 16 anos, estava no bar da família. Aos 18, pegou sua bicicleta velha e foi procurar um contador para ajudá-lo a abrir sua produtora de áudio. 

    “Abrir uma empresa era caro. [Perguntaram] por que você não compra uma bicicleta nova ao invés de abrir uma empresa? Eu falei que uma empresa ia me ajudar a chegar onde eu quero e uma bicicleta não”, contou ele.

    O negócio se modificou, mas não conseguiu resistir às dificuldades e fechou as portas. 

    “Ser negros é um dos pontos mais duros, mas a gente tem vários pontos que também são difíceis. As pessoas olham para você com desconfiança, sem acreditar que você pode atingir aquele objetivo”, falou Mackeenzy.

    O mapeamento também mostra que um terço dos empreendedores negros operam em rede para priorizar parcerias com outros negros. 

    O afroempreendedorismo, mais que um sonho de abrir uma empresa, é também um meio de sobrevivência que busca diminuir diferenças sociais e cicatrizar feridas históricas vividas no Brasil.

    (Edição: André Rigue)

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