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    Pandemia pode forçar mulheres a saírem do mercado de trabalho, diz McKinsey

    Levantamento da consultoria mostra que uma em cada quatro mulheres admite que considera rebaixar a própria trajetória profissional por causa da pandemia

    Mulheres de cargos mais altos estão sendo mais pressionadas em meio à pandemia
    Mulheres de cargos mais altos estão sendo mais pressionadas em meio à pandemia Foto: Unsplash

    Kathryn Vasel, do CNN Business

    Primeiro, a boa notícia: há cada vez mais mulheres em posições de nível sênior em todo o mercado corporativo dos Estados Unidos. Agora, a má: esse progresso está ameaçado.

    A participação de mulheres em posições de vice-presidência aumentou para 28% no início de 2020, ante 23% em 2015, de acordo com o relatório anual “Mulheres no Mercado de Trabalho” da consultoria McKinsey em parceria com a LeanIn.Org. Já a proporção de mulheres com cargo de diretoras aumentou de 17% para 21% no mesmo período.

    Mas a pandemia está ameaçando esses avanços, já que uma em cada quatro mulheres admite que considera rebaixar a própria trajetória profissional ou sair totalmente do mercado de trabalho, de acordo com o mesmo relatório.

    “Se nós tivéssemos um ‘botão de pânico’, a gente acionaria ele agora”, afirmou Sheryl Sandberg, COO do Facebook e cofundadora da LeanIn.Org, em um comunicado.

    Se todas essas mulheres deixarem o mercado de trabalho, teremos consequências de longo prazo. “As mulheres já estão sub-representadas na força de trabalho e isso vai retroceder o progresso que foi conquistado com tanta dificuldade”, lamentou Rachel Thomas, cofundadora e CEO da LeanIn.org

    Se essa realidade se concretizar, o resultado pode ser uma perda potencial de lucros estimada em US$ 180 bilhões, conforme observou Lareina Yee, diretora de diversidade e inclusão da McKinsey.

    O relatório foi elaborado com base nas respostas de mais de 40 mil trabalhadoras, bem como dados adicionais fornecidos por 317 empresas.

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    A pesquisa também descobriu que as mulheres em cargos de nível sênior são mais propensas a se sentirem pressionadas a trabalhar mais do que os homens, e cita o burnout como um problema importante.

    “As mulheres do alto escalão estão sendo mais confrontadas”, disse Thomas, da LeanIn.org. Não só é mais provável que elas sejam mães do que mulheres em outro patamar na vida corporativa, como também tendem a ter parceiros que também trabalham em tempo integral, em comparação com os homens do alto escalão e suas parceiras ou parceiros.

    “As apostas estão mais altas para todas as líderes de nível sênior agora”, continuou Thomas. “Elas têm mais responsabilidades em termos de afazeres no trabalho e compromissos pessoais e também mais pressionadas por um nível desempenho mais alto”.

    As demandas sobre as mães trabalhadoras durante a pandemia tornaram ainda mais difícil o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Parte do problema é que elas são três vezes mais propensas a assumir a maior parte do trabalho doméstico e o cuidado com os filhos, de acordo com o relato, e se preocupam mais em como isso afetará seu desempenho no trabalho.

    Embora o número de mulheres tenha progredido no mercado de trabalho (mesmo de que forma lenta), a primeira promoção a gerente ainda é um grande obstáculo.

    O relatório descobriu que, para cada 100 homens promovidos a gerente, apenas 85 mulheres alcançaram a mesma posição. Fica ainda pior para mulheres negras, aos 58% nesse quesito.

    “As mulheres negras enfrentam enormes barreiras no local de trabalho”, afirmou Yee. “Elas não estão conseguindo ganhar a primeira promoção, ficando presas no mesmo patamar”.

    O relatório constatou que as mulheres negras se sentem menos apoiadas no trabalho e são mais propensas do que outros funcionários a pensar em parar de trabalhar por questões de saúde e segurança.

    Texto traduzido do inglês. Acesse o site da CNN para ler o original.