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    Uber e Lyft têm concorrência: startups correm pra ser alternativa na Califórnia

    Recentemente, ambas ameaçaram encerrar seus serviços no estado, em vez de cumprir uma ordem judicial para reclassificar seus motoristas como funcionários

    Celular de usuário ao navegar pelo aplicativo do Uber
    Celular de usuário ao navegar pelo aplicativo do Uber Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

    Sara Ashley O'Brien, do CNN Business

    Com centenas de milhares de motoristas de Uber e Lyft enfrentando futuro incerto na Califórnia, duas startups esperam dar uma chance a eles com abordagens alternativas para o setor de carro por aplicativos.

    A Uber e a Lyft, que acumularam enormes frotas de motoristas tratando-os como fornecedores independentes, estão no meio de uma batalha legal acalorada sobre como seus motoristas são classificados no estado. Recentemente, ambas ameaçaram encerrar seus serviços no estado, em vez de cumprir uma ordem judicial para reclassificar seus motoristas como funcionários.

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    O futuro desses trabalhadores é incerto, pois a nova classificação de trabalhadores no estado da Califórnia, conhecida como AB-5, entrou em vigor em 1º de janeiro deste ano. No final de agosto, as empresas de carros por aplicativo tiveram um alívio temporário no cumprimento da lei, e continuam lutando contra sua aplicação aos motoristas em suas plataformas. Uber e Lyft apoiam um consulta pública na cédula de votação das eleições de novembro para isentá-las da lei.

    Nesse meio tempo, algumas startups enxergaram uma chance de mostrar modelos alternativos às gigantescas plataformas, incluindo uma que mostra aos motoristas como eles podem controlar totalmente como e para quem dirigem.

    Criar pequenos empresários

    Essa é a promessa de um novo aplicativo da Dumpling, uma startup com sede em Seattle lançada em 2018 originalmente como alternativa aos serviços de compra de mantimentos sob demanda (um mercado dominado em partes dos EUA pelo Instacart).W

    Os trabalhadores que usam a plataforma da Dumpling são efetivamente proprietários de pequenas empresas. A Dumpling compartilha informações com eles sobre como criar uma pessoa jurídica (ou LLC na legislação dos EUA) e oferece um conjunto de ferramentas, incluindo um site personalizado, coaching de negócios e um cartão de crédito pré-financiado para pedidos de compras, para ajudá-los a administrar sua própria empresa.

    A Dumpling cobra dos compradores/motoristas uma taxa de entrada e oferece assinaturas mensais gratuitas e pagas para acesso às ferramentas. (Há também taxas adicionais, como a de processamento de cartão de crédito.)

    Os trabalhadores têm a liberdade de escolher seus clientes, definir seus próprios preços, ir a várias lojas para fechar um pedido de compra e estabelecer um relacionamento direto com os clientes, que podem solicitar o mesmo comprador no futuro.

    “A ideia era ter apoio da tecnologia e ajudar os trabalhadores em vez de controlá-los”, afirmou o co-fundador e co-CEO da Dumpling, Joel Shapiro, à CNN Business.

    Agora, além de fazer compras de mantimentos sob demanda, a Dumpling (que arrecadou US$ 10 milhões em financiamento, incluindo 6,5 milhões desde o início da pandemia) quer incentivar os motoristas a serem empreendedores dirigindo com passageiros, usando um aplicativo separado dentro da plataforma, chamado Dumpling Drive.

    “Com tudo o que está acontecendo na Califórnia, houve um grande aumento de pessoas que procuram uma alternativa”, disse Shapiro, observando que o Drive agora está disponível em todo o país e oferece aos motoristas os primeiros 60 dias sem custo. Depois disso, será cobrada uma assinatura mensal de US$ 20.

    Segundo Shapiro, enquanto a Uber e a Lyft popularizaram uma experiência muito diferente para os consumidores (a capacidade de fazer uma corrida com motorista em qualquer momento a qualquer momento), o serviço Drive pretende ajudar os motoristas a conquistar um subconjunto desse mercado, que o chama de “viagens programadas”, como trajetos diários, compromissos agendados e outros.

    Os funcionários do Drive, que definem seus próprios preços, devem construir uma base de clientes diretamente com os passageiros. Os motoristas recebem um código de identificação exclusivo, que podem fornecer aos passageiros em potencial. Se um cliente deseja reservar uma viagem pelo Drive, ele acessa o aplicativo, insere o código e solicita ou agenda a corrida diretamente com um motorista específico. No Dumpling Grocery, os consumidores podem procurar trabalhadores próximos usando o código postal. Esse recurso será adicionado ao Drive à medida que mais trabalhadores ingressarem no serviço.

    Robert Prather Jr., motorista de aplicativo em Sacramento, disse à CNN Business que recentemente começou a usar o aplicativo de compras da Dumpling e passou a testar o Drive também. Ele criou uma página no Facebook para comercializar seu negócio, que ele diz estar nos estágios bem iniciais.

    “Estou plantando sementes agora, esperando que cresçam”, relatou, acrescentando que Uber e Lyft continuam sendo a maior parte de sua receita e que, caso as empresas suspendam seus serviços, ele “teria de arrumar um emprego em horário comercial, para ser bem realista”.

    Transformar motoristas em funcionários
    Do outro lado da moeda está a startup de carro por aplicativo Alto, com base em Dallas, no estado do Texas, que se prepara para entrar na Califórnia no final de outubro, começando com Los Angeles. Lançada em janeiro de 2019, a startup classifica seus motoristas como funcionários, uma atividade contra a qual Uber e Lyft lutam há muito tempo, pois isso significaria oferecer alguns benefícios.

    A Alto se concentra em oferecer um serviço de carros de luxo, focado em hospitalidade e segurança. Como funcionários, seus motoristas são checados através de impressões digitais e dirigem veículos de propriedade da empresa, que são monitorados e limpos regularmente. Além disso, como outro fator de diferenciação, a Alto oferece plano de saúde e paga salários por hora aos motoristas.

    A contínua disputa trabalhista na Califórnia, juntamente com a extensa crise na saúde, criou um senso de urgência para expandir o serviço fora do Texas, como explica Will Coleman, fundador e CEO da Alto.

    “Atualmente há mais interesse orgânico de motoristas na Califórnia do que nas cidades em que operamos”, contou Coleman à CNN Business.

    O fundador da startup texana disse que alguns dos motoristas da Alto trabalham menos de 10 horas por semana e têm “flexibilidade significativa” na escolha de quando querem dirigir, enquanto outros trabalham em tempo integral e têm a garantia de um certo número de horas em troca da disponibilidade aberta.

    “Queremos mostrar aos consumidores que realmente existe uma alternativa”, acrescentou Coleman.

    (Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês).

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