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    Para Copom, corte da Selic teria que ser superior para compensar impactos

    Anna Russi Da CNN, em Brasília

     
    Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto em entrevista coletiva
    Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto em entrevista coletiva (09.jan.2020)
    Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

    O Comitê de Política Monetária (Copom) acredita que a pandemia do Coronavírus irá afetar a economia brasileira em três canais: choque de oferta, choque nos custos de produção, e com a retração da demanda. Para compensar os efeitos desta última, as simulações apresentadas na última reunião, realizada na semana passada, mostraram que, seria necessário que o corte da taxa básica de juros, a Selic, fosse maior do que os 0,5% ponto percentual, anunciados. 

    Por outro lado, o BC avaliou uma maior redução da Selic poderia tornar-se “contraproducente”, resultando em apertos nas condições financeiras, com efeito líquido oposto ao desejado.  O argumento é que, com as reformas em risco, o corte de juros poderia fazer desancorar mais as expectativas de inflação que hoje estão ancoradas.

    A avaliação está na ata da reunião 229ª do comitê, realizada nos dias 17 e 18. De acordo com o documento, as informações atuais sinalizam como adequada a permanência da taxa na mínima histórica de 3,75% ao ano. No entanto, “novas informações sobre a conjuntura econômica serão essenciais para os próximos passos”.

    Ainda segundo o Copom, as informações disponíveis até o momento já são suficientes para evidenciar que a pandemia do novo coronavírus terá efeito contracionista “extremamente significativo” na atividade econômica global.

    “As medidas fiscais e monetárias adotadas pelas principais economias tendem a mitigar apenas uma pequena parcela desses efeitos”, traz a ata. No entanto, na análise do comitê, o ambiente passou de favorável para desafiador para países emergentes. O motivo é que o aumento de aversão ao risco e a consequente realocação de ativos provocam “aperto” nas condições financeiras. 

    Para o Copom, o choque de custos implicará em “forte impacto desinflacionário no curto prazo”. Porém, o efeito deve ser relativizado, visto que poderá ser temporário. 

    A ata traz também a informação de que os dados macroeconômicos divulgados desde a reunião 228, tiveram desempenho em linha com o esperado. Contudo, ainda não refletem os impactos da pandemia na atividade doméstica. Assim, têm pouca relevância para a analise prospectiva.