Focus: mercado projeta queda menos acentuada para o PIB neste ano, de 4,55%
Os analistas do mercado também revisaram as estimativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que mede a inflação do país: de 3,25% para 3,45%
Em mais uma melhora, as projeções do mercado financeiro para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) passaram de queda de 4,66%, esperadas até semana passada, para recuo de 4,55%, de acordo com o Boletim Focus do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (23).
O documento reúne a estimativa de mais de 100 instituições do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos. A previsão de recessão econômica este ano reflete os impactos da pandemia da Covid-19, na economia nacional e mundial, que também caminha para uma retração.
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No entanto, nos últimos meses a expectativa do mercado tem ficado menos pessimista em relação à queda da economia. Um dos fatores que ajuda em mais uma melhora das previsões, por exemplo, é o resultado do índice de atividade econômica do Banco Central, o IBC-Br, que indicou que o Brasil sairá da chamada recessão técnica no próximo trimestre, com avanço de 9,5% no terceiro trimestre do ano.
A projeção do mercado é a mesma que nova previsão oficial da equipe econômica, revisada na semana passada, para queda de 4,5%.
Apesar de terem melhorado suas expectativas, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), ainda veem retração de 5,4% e 5,8%, respectivamente, para a economia brasileira. Já a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê que a recessão da economia brasileira seja de 6,5%.
Inflação
Os analistas do mercado também revisaram as estimativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação do país. A previsão passou de 3,25% para 3,45%.
Como consequência da recessão econômica e dos demais impactos da pandemia de Covid-19 na economia, a projeção do mercado financeiro para a inflação despencou a partir de março. Em seu menor patamar, alcançado em junho, a expectativa chegou a 1,52%.
O valor era bem abaixo do piso da meta. Para este ano, o centro da meta é de 4% com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual, ou seja, podendo variar de 2,5% a 5,5%. A meta é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e, para persegui-la, o BC eleva ou reduz a taxa de juros básica, a Selic, atualmente na mínima histórica, a 2% ao ano.
No entanto, com o início da retomada econômica e a alta nos preços dos alimentos e dos combustíveis, que levaram a maior inflação para meses de setembro desde 2003, as previsões para o IPCA têm avançado.
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