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    Entenda o que é recessão técnica e relembre o histórico de crises no Brasil

    O CNN Brasil Business explica o que é recessão técnica, os setores com pior desempenho na atual depressão e o histórico brasileiro de recessões

    Fachada do Ministério da Economia
    Fachada do Ministério da Economia Foto: Hoana Gonçalves/Ministério da Economia

    Leonardo Guimarães, do CNN Brasil Business, em São Paulo

    O PIB do Brasil caiu 9,7% no segundo trimestre de 2020. Isto significa que o país está em recessão técnica depois recuar 2,5% no primeiro trimestre, ou seja: ter dois resultados negativos consecutivos.

    Impactado pela pandemia do novo coronavírus, o resultado do PIB para o segundo trimestre foi o pior resultado desde o início da série histórica do IBGE, iniciada em 1996. O tombo, porém, não foi surpreendente. O mercado financeiro já esperava a entrada da economia brasileira em sua quinta recessão.

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    Mas, afinal, você sabe o que é uma recessão técnica e quando isso já aconteceu isso no Brasil? O CNN Brasil Business explica: 

    O que é recessão técnica

    A recessão técnica é um termo usado para definir um período de dois ou mais trimestres consecutivos de queda no Produto Interno Bruto. Mas, atenção: a comparação é feita com os três meses anteriores, e não com o mesmo período do ano no ano anterior. 

    A atual recessão na economia se dá pelas quedas de 2,5% do PIB no primeiro trimestre (número revisado nesta terça pelo IBGE) e 9,7% entre abril e junho. 

    O que puxou a recessão de 2020? 

    Marcado pela crise do novo coronavírus, o primeiro semestre do ano foi marcado por tombos setoriais históricos, principalmente na indústria e no setor de serviços. Nos primeiros três meses, a maior queda – 2,2% – foi observada nos serviços. Comércio, serviços prestados às famílias e outras atividades de serviços foram duramente afetados.

    A indústria foi o destaque negativo do segundo trimestre, com queda de 12,3%. Os destaques foram os recuos nas Indústrias de Transformação, de -17,5%; Construção -5,7%; na atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos -4,4%.

    Quando o assunto é PIB, é importante ficar de olho no consumo das famílias, que tem participação de 65% no indicação. Nos segundo trimestre, o consumo das famílias teve recuo recorde de 12,5%, resultado que poderia ser pior, não fosse o auxílio emergencial. 

    Histórico

    O Brasil registrou algumas recessões nas últimas décadas. A série oficial feita pelo IBGE começa em 1996. De lá para cá, o país viu sua economia desandar por seis meses consecutivos – ou mais – por cinco vezes.

    A primeira aconteceu em 2001, com três quedas seguidas entre o segundo e quarto trimestres daquele ano. Dois anos mais tarde, os PIBs do primeiro e segundo trimestres de 2003 caíram 0,4% e 0,9%, respectivamente. 

    Uma das recessões que mais marcaram a economia brasileira foi a que teve início no último trimestre de 2008, com uma crise financeira global. No último trimestre de 2008, a economia brasileira caiu 3,8%, o pior resultado trimestral até então. 

    Antes da que se desenha agora, a última recessão na economia brasileira é recente –e  começou em 2015. Naquele ano houve queda nos quatro trimestres, e a crise ainda respingou para o primeiro tri de 2016, com retração de 1,5%.

    Já a maior queda anual do PIB da série iniciada em 1996 aconteceu justamente em 2015, com retração de 3,8%.

    Recuperação em ‘V’?

    Passados os primeiros impactos da pandemia, os especialistas começaram a prever como o país sairá da recessão técnica para a retomada do crescimento. Na esteira das previsões, algumas letras e símbolos são usadas para explicar o desenho dos gráficos daqui para frente. 

    O ‘V’ é o mais citado – e o mais desejado. A letra é usada por quem espera uma recuperação rápida depois do fundo do poço. O ministro da Economia, Paulo Guedes, é um dos que acredita que os gráficos mostrarão um V. Depois da divulgação do resultado do PIB no segundo trimestre, Guedes disse: “estamos decolando em V”. 

    A letra W também é usada nas previsões para indicar uma recuperação após a queda e, logo depois, outra retração. 

    Outras previsões citam o L – queda e estagnação – logotipo da Nike – retomada gradual – e até recuperação em raíz quadrada – após a queda, há uma rápida recuperação, seguida de um platô – quando o nível se mantém estável por um tempo. Este último exemplo foi usado pela economista-chefe do Santander, Ana Paula Vescovi, em entrevista ao CNN Brasil Business.

    Outros países

    A recessão atual não é exclusividade do Brasil. Estados Unidos, Alemanha, França, Itália e Canadá são alguns dos exemplos de países que tiveram desaceleração da economia no primeiro trimestre. 

    Por outro lado, na China, o primeiro país onde a Covid-19 se disseminou, não houve recessão. Depois de tombo histórico de 10% no primeiro trimestre, a economia chinesa se recuperou e cresceu 11,5% entre abril e junho. 

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