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    Com coronavírus, empréstimos a empresas aumentam quase 60% no mês de março

    Dados do Banco Central comparam com o mesmo período de 2019; empréstimos às famílias aumentaram quase 15%

    Carla Bridi e Denise Ribeiro , da CNN, em São Paulo

    O número de empréstimos bancários a empresas aumentou quase 60% no mês de março deste ano, em relação ao mesmo período de 2019. Os dados foram divulgados pelo Banco Central na segunda-feira, 20, e são um reflexo do distanciamento social causado pela pandemia do coronavírus. 

    Entre os dias 2 e 27 de março, o volume de crédito fornecido a pessoas jurídicas passou de R$ 119,8 bilhões, em 2019, para R$ 189,7 bilhões em 2020, uma variação de 58,4%. Já o empréstimo às famílias, ou seja, a pessoas físicas, teve um crescimento menor, mas significativo, de 14,7%. Em valores, passou de R$ 83,4 bilhões em março do ano passado para R$ 95,7 bilhões neste ano. 

    O aumento no número de empréstimos faz parte de uma série de medidas do Banco Central para aumentar a liquidez nas instituições bancárias, que é o volume de dinheiro disponível nos bancos. Assim, facilita a concessão de empréstimos a micro e pequenos empresários e à população no geral, que vivencia com a quarentena do coronavírus a queda no faturamento, redução nos salários e o desemprego.   

    Leia também: Posso adiar dívidas? Veja ações dos principais bancos para pessoas e empresas

    O Banco Central afirma que 85% da quantia cedida aos bancos foi retirada do Tesouro Nacional. O aumento da liquidez com a medida foi de R$ 1,2 trilhão, o equivalente a 16,7% do Produto Interno Bruto (PIB). Já o aumento da capacidade de crédito é de R$ 1,1 trilhão, ou seja, 16,4% do PIB. 

    Operação especial do coronavírus

    No mês passado, o Banco Central liberou R$ 135 bilhões que estavam armazenados nos depósitos compulsórios dos bancos para auxiliar na operação especial do coronavírus. Outros R$ 670 bilhões foram liberados em março com empréstimos feitos em troca de letras financeiras como garantia. 

    No início de abril, foi regulamentado o Programa Emergencial de Suporte a Empregos (PESE), por meio do Conselho Monetário Nacional (CMN), que estabelece medidas para movimentar a economia durante a pandemia do coronavírus.

    Dentre as medidas, está o financiamento direto da folha de pagamento da empresa que receber empréstimo do banco, sob condição de não realizar demissões no prazo de dois meses após receber a primeira parcela do pagamento, além da reclassificação do nível de risco de operações de crédito que forem renegociadas entre março e setembro de 2020.

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