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    Setor de serviços apresenta sinais de recuperação após “fundo do poço” em abril

    A retomada, apesar de lenta, começou em maio com o auxílio emergencial do governo. A expectativa é que o PIB melhore de forma gradual a partir do 3º trimestre

    Talis Maurício, Bruno Oliveira e Lucas Schroeder, , da CNN, em São Paulo

    O fundo do poço ficou em abril. Pelo menos, essa é a opinião do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Para a instituição, a retomada, apesar de lenta, começou em maio com o auxílio emergencial do governo. A expectativa é que o PIB melhore de forma gradual a partir do terceiro e quarto trimestre. O setor de serviços, por exemplo, tem mostrado recuperação.

    Em São Paulo, a locadora de veículos Kovi, especializada em aluguel de carros para motorista de aplicativo, está em processo de retomada. No auge da pandemia, a locadora, que tem uma frota de 6 mil carros, teve uma queda de cerca de 70% no faturamento. Porém, de maio para junho, o interesse por locações aumentou em 50% – mas ainda está menos da metade da demanda de março.

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    “Em conversa com os motoristas, temos notado que as corridas e a receita deles vêm aumentando gradativamente ao longo dessas últimas semanas”, afirma o CEO da locadora, Adhemar Milani Neto. Ainda segundo ele, a expectativa é que entre os meses de julho e agosto os padrões voltem ao normal.

    E a melhora no setor tem despertado interesse em profissionais de outras áreas. É o caso do Adriano José dos Santos, que há 25 anos trabalha com decoração de eventos. Ele conta que a pandemia fez sua renda desaparecer, e alugar um carro para trabalhar como motorista de aplicativo foi a saída que encontrou.

    O setor de imóveis é outra área que vem reagindo. Em uma corretora de São Paulo, a Mirantte, o mês de junho fechou com mais de 50 vendas e locações, um volume 50% maior que o mesmo período do ano passado. Entre as explicações para o bom resultado estão a taxas de juros baixa para financiamento, abaixo dos 7%, e a adoção do regime de home office.

    “As empresas se adaptaram ao home office e automaticamente as famílias têm de se adaptar a um escritório dentro de casa”, explica o diretor da empresa Rodrigo Kechichian.

    Para o economista da LCA Consultores, Cosmo Donato, o setor de comércio também deve apresentar melhora nos próximos meses. “As famílias não consumiram porque foram impedidas de circular, mas agora que elas podem circular novamente, com a flexibilização, você tem uma demanda reprimida por produtos”.

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