Em conversa com senadores, Guedes admite retração econômica por coronavírus
Ministro se reuniu na quinta-feira por videoconferência com 12 senadores independentes e disse que queda do PIB pode ser de "4, 5 ou 6%"
Embora tenha reforçado que, no atual momento, é difícil ter uma previsão para o desempenho da atividade econômica em 2020, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reconheceu que em um cenário de piora da crise causada pela pandemia da COVID-19 o Brasil pode registrar uma retração. Ele se reuniu, na última quinta-feira (10), por vídeoconferência com 12 senadores que se consideram independentes, sendo a maioria do grupo Muda Senado.
Alguns parlamentares revelaram à CNN que, após ser provocado por um dos senadores presentes na reunião sobre uma projeção para o crescimento econômico, Guedes afirmou que, de fato, a contração poderia ser de “4%, 5% ou 6%”, assumindo que nada será feito em um cenário de agravamento da crise. Ao longo da conversa, o ministro enfatizou que as incertezas em relação à duração da crise e de seus impactos na economia do país não permitem e nem favorecem uma projeção para o Produto Interno Bruto (PIB). Sem cravar um número exato, o ministro descreveu “cenários possíveis “.
Vale destacar que a projeção do mercado para a economia em 2020 já está em retração por volta de 1,18%. Já a estimativa oficial da equipe econômica do governo federal ainda é de estagnação da atividade, em 0%.
A reunião foi uma tentativa do ministro para solicitar uma ponderação e consideração em relação aos impactos fiscais de todas as propostas avaliadas no Congresso. De acordo com o relato de um dos parlamentares, Guedes ainda avaliou o projeto emergencial de estados e municípios, com impacto fiscal, segundo estimativa da equipe econômica, de R$ 180 bilhões, como irresponsável.