Por ligação histórica, apoio do Irã ao Hamas não surpreende, dizem especialistas à CNN
Apesar do apoio, a missão iraniana nas Nações Unidas negou nesta segunda-feira (9) envolvimento de Teerã nas ações do grupo islâmico
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Acredita-se que o Hamas esteja abrigando no subsolo um número considerável de combatentes e armas • Reuters
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O conflito entre Israel e Hamas começou em 7 de outubro quando o grupo extremista islâmic disparou uma chuva de foguetes lançados da Faixa de Gaza sobre o país judaico. A ofensiva contou ainda com avanços de tropas por terra e pelo mar • Reuters
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Foguetes disparados em Israel a partir de Gaza • REUTERS/Amir Cohen
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Após os ataques aéreos, o Hamas avançou no território israelense e invadiu a área onde estava acontecendo um festival de música eletrônica; mais de 260 corpos foram encontrados no local • Reprodução CNN
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Carros foram deixados para trás pelos motoristas que tentavam fugir do grupo extremista islâmico • Reuters
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Imagens mostram carros abandonados e sinais de explosões após ataque em festival de música eletrônica em Israel • Reuters
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As forças israelenses responderam com uma contraofensiva que atingiu Gaza e deixou vítimas, inclusive, em campos de refugiados. Israel declarou "cerco total" e suspendeu o abastecimento de água, energia, combustível e comida ao território palestino • 13/10/2023 REUTERS/Violeta Santos Moura
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Destruição em campo de refugiados palestinos em Gaza após ataque aéreo de Israel • Reuters
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Pessoas carregam o corpo de palestino morto em ataque israelense no campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza • 09/10/2023 REUTERS/Mahmoud Issa
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Campo de refugiados palestinos atingido em meio a ataques aéreos israelenses em Gaza • Reuters
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Prédios destruídos na Faixa de Gaza • Ahmad Hasaballah/Getty Images
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Escombros de prédio destruído após sataques em Sderot, no sul de Israel • Ilia Yefimovich/picture alliance via Getty Images
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Delegacia destruída no sul de Israel após ataque do Hamas • REUTERS/Ronen Zvulun
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Palestinos queimam pneus de carros e bloqueiam estradas enquanto entram em confronto com as forças israelenses no distrito de Beit El, em Ramallah, na Cisjordânia • Anadolu Agency via Getty Images
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As Brigadas Izz ad-Din al-Qassam seguram uma bandeira palestina enquanto destroem um tanque das forças israelenses em Gaza • Hani Alshaer/Anadolu Agency via Getty Images
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Bombeiros tentaram apagar incêndios em Israel após bombardeio de Gaza no sábado (7) • Reuters
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Foguetes disparados de Gaza em direção a Israel na manhã de sábado (7) • CNN
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Veja como funciona o sistema antimíssil de Israel • CNN
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Ataque israelense na Faixa de Gaza • 10/10/2023 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Casas e prédios destruídos por ataques aéreos israelenses em Gaza • 10/10/2023 REUTERS/Shadi Tabatibi
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Tanque de guerra israelense estacionado perto da fronteira de Gaza • Ahmed Zakot/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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Imagens se satélite mostram destruição na Faixa de Gaza • Reprodução/Reuters
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Salva de foguetes é disparada por militantes do Hamas de Gaza em direção a cidade de Ashkelon, em Israel, em 10 de outubro de 2023. • Saeed Qaq/Anadolu via Getty Images
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Salva de foguetes é disparada por militantes do Hamas de Gaza em direção a cidade de Ashkelon, em Israel, em 10 de outubro de 2023. • Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images
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Barco de pesca pega fogo no porto de Gaza após ser atingido por ataques de Israel. • Reuters
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Palestinos caminham em meio a destroços de prédios destruídos por Israel em Gaza • 10/10/2023REUTERS/Mohammed Salem
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Palestinos caminham em meio a destroços de prédios em Gaza destruídos por ataques de Israel • 09/10/2023REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Soldados israelenses carregam corpo de vítima de ataque realizado por militantes de Gaza no kibbutz de Kfar Aza, no sul de Israel • 10/10/2023 REUTERS/Violeta Santos Moura
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Destruição em Gaza provocada por ataques israelenses • 10/10/2023REUTERS/Mohammed Salem
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Ataque israelense na Faixa de Gaza • 10/10/2023 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Casas e prédios destruídos por ataques aéreos israelenses em Gaza • 10/10/2023 REUTERS/Shadi Tabatibi
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Munição israelense é vista em Sderot, Israel, na segunda-feira • Mostafa Alkharouf/Anadolu Agency via Getty Images
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Tanque de guerra israelense estacionado perto da fronteira de Gaza • Ahmed Zakot/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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Chamas e fumaça durante ataque israelense a Gaza • 09/10/2023REUTERS/Mohammed Salem
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Sistema antimísseis de Israel intercepta foguetes lançados da Faixa de Gaza • 09/10/2023REUTERS/Amir Cohen
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Hospital na Faixa de Gaza usa geladeiras de sorvete para colocar cadáveres devido à superlotação do necrotério • Ashraf Amra/Anadolu via Getty Images
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Fumaça sobe após um ataque aéreo israelense no oitavo dia de confrontos na Faixa de Gaza, em 14 de outubro de 2023 • Ali Jadallah/Anadolu via Getty Images
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Homem palestino lava as mãos em uma poça ao lado de um prédio destruído após os ataques israelenses na Cidade de Gaza • Ahmed Zakot/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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Embaixada dos EUA no Líbano é alvo de protestos • Reprodução CNN
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Palestinos protestam na Cisjordânia contra ataques de Israel
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Hospital em Gaza é atingido por um míssil • Reprodução
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Hospital atacado em Gaza • Reprodução
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Palestinos procuram vítimas sob escombros de casas destruídas por ataque israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza • 17/10/2023REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Cidadã palestina inspeciona sua casa destruída durante ataques israelenses no sul da Faixa de Gaza em 17 de outubro de 2023 em Khan Yunis • Ahmad Hasaballah/Getty Images
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Tanque de guerra israelense • Saeed Qaq/Anadolu via Getty Images
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Ataque de Israel contra Gaza • 11/10/2023REUTERS/Saleh Salem
Após os ataques do grupo islâmico Hamas contra Israel no último final de semana, o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, afirmou que o seu país “apoia a legítima defesa da nação palestina”, de acordo com a agência de notícias iraniana Mehr.
“O regime sionista e os seus apoiadores são responsáveis por colocar em perigo a segurança das nações da região”, declarou Raisi. A guerra deixou centenas de israelenses e palestinos mortos até o momento, além de milhares de feridos.
Ainda que o mandatário iraniano tenha sinalizado apoio aos ataques que surpreenderam Israel nas primeiras horas de sábado (7), a missão iraniana nas Nações Unidas negou nesta segunda-feira (9) envolvimento de Teerã nas ações do Hamas.
“Apoiamos enfaticamente a Palestina; no entanto, não estamos envolvidos na resposta Palestina, uma vez que ela é tomada exclusivamente pela própria Palestina”, disse o país em nota.
O Irã tem sido repetidamente acusado de tentar armar o Hamas e outros grupos no seu esforço para atacar por procuração.
A CNN ouviu especialistas para compreender quais são os laços entre as autoridades em Teerã e o grupo palestino considerado terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE).
Posição do Irã não surpreende, avalia especialista
Na percepção de Reginaldo Nasser, professor de Relações Internacionais da PUC-SP, o posicionamento do presidente iraniano não surpreende. “Pelo jogo da articulação do Oriente Médio, o Irã sempre apoiou [o Hamas]”, diz ele.
Para o professor, o que de fato chama a atenção é a postura da Arábia Saudita, que destacou em nota sobre o conflito a “depravação do povo da Palestina de seus direitos legítimos, além da repetição de provocações sistemáticas contra suas santidades”.
Arábia Saudita e Israel vinham negociando nos últimos meses um acordo histórico de normalização das relações entre os países, intermediado pelos Estados Unidos. A ofensiva do Hamas, no entanto, pode colocar tudo a perder.
“Até uma semana atrás, [os países] estavam em entendimento para um grande acordo. Agora, a princípio, ele está suspenso”, comenta o especialista.
Questionado, o professor ponderou que, apesar da gravidade dos combates, “não há a mínima possibilidade” de outros países árabes se envolverem no conflito.
A questão palestina ficou isolada dentro do Oriente Médio
Reginaldo Nasser, professor livre docente de Relações Internacionais da PUC-SP
Ligação entre Irã e Hamas é histórica, segundo pesquisador
Para Felipe Vidal, pesquisador do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ, existem ligações históricas entre Irã e Hamas, que está ligada à narrativa antissionista (oposição à existência do Estado de Israel) compartilhada por ambos.
“Existe uma ligação comprovadamente histórica de apoio, não só narrativamente, mas do ponto de vista prático entre as Forças Armadas iranianas e o Hamas”, aponta o especialista.
Na avaliação do pesquisador, há indícios de que o grupo islâmico recebe armamentos vindos de Teerã. Com relação à postura do Irã, Neaape destaca que “fica uma posição um tanto quanto dúbia no sentido de que o país alega não ter participado, mas diz apoiar [os ataques]”.
O pesquisador cita também manifestações pró-Hamas que ocorreram nas ruas do Irã após os dos últimos dias como uma prova da aliança entre o país e o grupo islâmico.
Assim como Reginaldo Nasser, o pesquisador não acredita que outros Estados venham ao socorro do Hamas.
O conflito pode escalar, mas não são tantos os países que estão dispostos a financiar o Hamas contra Israel
Felipe Vidal, pesquisador do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ
Novo ciclo de violência pode interessar ao Irã, destaca professor
Conforme explica Sandro Teixeira Mota, professor de Pós-Graduação em Ciências Militares da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme), o apoio do Irã ao Hamas é cada vez maior e mais forte.
“O Irã assumiu o vácuo de outros financiadores desse movimento e hoje ele é o principal sustentáculo externo do grupo em relação as suas atividades. O Irã vai negar [a relação], mas os sinais estão muito claros e ele seria o principal beneficiado de uma ação desse tipo”, afirma o professor.
Para ele, as tensões entre Israel e Irã devem se manter no campo dos serviços de inteligência, no que classifica como “guerra nas sombras”.
Segundo o especialista, um dos objetivos dos ataques do Hamas pode ser recuperar a centralidade da questão palestina no mundo árabe.
Um novo ciclo de violência entre israelenses e palestinos é interessante para o Irã, inclusive ajuda a erodir parte da credibilidade do processo de normalização de Israel com os países da região
Sandro Teixeira Mota, professor de Pós-Graduação em Ciências Militares da ECEME