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    Bezos, Gates, Zuckerberg: fortuna de bilionários dispara US$ 845 bi desde março

    Relatório Billionaire Bonanza, feito pelo Institute for Policy Studies, mostra o quanto os 643 americanos mais ricos acumularam desde o início da pandemia

    O filantropo americano Bill Gates, em entrevista à CNN
    O filantropo americano Bill Gates, em entrevista à CNN Foto: CNN

    Chauncey Alcorn, CNN Business, em Nova York

    Jeff Bezos, Bill Gates, Mark Zuckerberg e o resto dos bilionários dos Estados Unidos viram suas fortunas subirem vertiginosamente nos últimos seis meses, em plena pandemia de coronavírus. Enquanto isso, milhões de compatriotas estão ganhando menos do que eram antes do início da crise, de acordo com um novo estudo.

    O mais recente relatório Billionaire Bonanza, feito pelo Institute for Policy Studies (Instituto para o Estudo de Políticas),  que trata de desigualdade de riqueza, mostra que os 643 americanos mais ricos arrecadaram gritantes US$ 845 bilhões em ativos combinados entre 18 de março e 15 de setembro, aumentando sua riqueza combinada em 29%.

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    O estudo observa que o rápido aumento da riqueza elevou o patrimônio líquido total entre os bilionários de US$ 2,95 trilhões para US$ 3,8 trilhões. A lista dos mais ricos inclui também o CEO da Tesla, Elon Musk, o CEO da Oracle, Larry Ellison, e o ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomberg. O estudo é baseado em dados de patrimônio líquido monitorados pela Forbes.

    Chuck Collins, diretor do Programa de Desigualdade do instituto e coautor do relatório, disse que ficou chocado pelos números, acrescentando que a crise da pandemia está “sobrecarregando as desigualdades existentes nos EUA”.

    “Eu achava que, depois de seis meses, as coisas teriam piorado, que todo mundo seria atingido”, disse Collins à CNN Business. “A diferença é gritante entre os lucros para os bilionários e a miséria econômica generalizada em nosso país. Isso traz um drama para o sacrifício desigual e o elemento de lucro da acumulação de riqueza no topo”.

    Collins também observou o efeito totalmente oposto da economia da Covid-19 sobre o trabalhador norte-americano médio. 

    A pandemia deu início à pior crise de emprego desde a Grande Depressão (anos 30), com a taxa de desemprego atingindo 14,7% em abril, antes de se recuperar para 8,4% em agosto. O país ainda está com menos 11,5 milhões de vagas desde fevereiro.

    Os pedidos de auxílio desemprego diminuíram, mas permanecem mais de quatro vezes mais elevados do que o nível pré-pandemia.

    Ganhos para Bezos, Waltons, Page e Musk

    Muitos dos saltos nos ativos dos bilionários estão vinculados ao patrimônio da empresa.

    As ações da Amazon subiram mais de 60% este ano. Como resultado, o CEO Jeff Bezos, cuja riqueza pessoal está vinculada às ações da Amazon, viu seu patrimônio líquido aumentar em US$ 55,2 bilhões desde 8 de fevereiro, de acordo com a IPS. Com um patrimônio líquido total de $ 200 bilhões, ele é a pessoa mais rica do mundo.

    O patrimônio líquido combinado de Alice, Jim e Rob Walton, cuja família fundou o Walmart, cresceu mais de US$ 60 bilhões desde fevereiro, já que o lucro da gigante do varejo aumentou quase 80% ano após ano para US$ 6,4 bilhões no segundo trimestre de 2020.

    Os ativos do cofundador do Google, Larry Page, cresceram mais de US$ 18 bilhões desde fevereiro, enquanto a fortuna do CEO da Tesla, Elon Musk, aumentou em cerca de US$ 70 bilhões durante o mesmo período, tornando-o a terceira pessoa mais rica no planeta (depois de Bezos e Bill Gates).

    Seis meses após o início da pandemia, Collins ficou surpreso com o quão desigual o fardo econômico tem sido sobre os pobres e a classe média em relação aos ricos, em comparação com a Grande Recessão (2008). O estudioso disse que o Congresso deve consertar o que está errado com soluções de políticas que apoiem os trabalhadores norte-americanos, em vez de dar suporte aos investidores. Caso contrário, segundo o especialista, a concentração contínua de riqueza transformará os Estados Unidos de maneiras terríveis e irreparáveis.

    “Poucas pessoas terão uma quantidade extrema de poder para moldar a economia, a política e a mídia”, afirmou Collins. “Nenhum de nós vai querer viver em uma sociedade como essa, onde a rua principal da cidade não tem mais 100 lojas: tem apenas um depósito da Amazon”.

    (Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês).