Focus: mercado prevê inflação de 2020 em 4,37%; estimativa para 2021 é de 3,34%
Embora acima do centro da meta de 4%, o valor segue dentro da margem de 1,5 ponto porcentual. Com a tolerância, a inflação pode variar de 2,5% a 5,5%
O mercado financeiro espera que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação do país, fique em 4,37% em 2020. O resultado oficial será divulgado na terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Se confirmada a estimativa, o valor será o maior desde 2016, quando o índice subiu 6,3%.
A previsão é do Boletim Focus do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (11). O documento reúne a estimativa de mais de 100 instituições do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos.
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A projeção para a inflação de 2020 continuou praticamente estável no último mês, passando de 4,35% para 4,37% no período. Embora acima do centro da meta de 4%, o valor segue dentro da margem de 1,5 ponto porcentual. Com a tolerância, a inflação pode variar de 2,5% a 5,5%.
A meta é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e, para persegui-la, o BC eleva ou reduz a taxa básica de juros, a Selic, atualmente na mínima histórica, a 2% ao ano.
Como consequência da recessão econômica e dos demais impactos da pandemia de Covid-19 na economia, a projeção do mercado financeiro para a inflação do ano passado despenca desde março. Em seu menor patamar, atingido em junho de 2020, a expectativa chegou a ser de 1,52%, número bem abaixo do piso da meta.
No entanto, com o início da retomada econômica e a alta nos preços de alguns produtos, especialmente de alimentos e de combustíveis, as previsões para o IPCA avançaram. Em outubro e novembro, a inflação brasileira registrou recordes, sendo a maior para os meses desde 2002 e 2015, respectivamente.
Para 2021, quando a meta é de 3,75%, a previsão do mercado é de que a inflação fique em 3,34%. Esse valor, no entanto, ainda pode variar ao longo do ano de acordo com o cenário econômico do país.
Desempenho econômico
A projeção dos analistas do mercado financeiro para o desempenho econômico também variou levemente. A expectativa passou de uma queda de 4,36% para um recuo de 4,37% no Produto Interno Bruto (PIB) de 2020, que sofrerá forte queda por conta dos impactos da pandemia de Covid-19. Há um mês, o mercado esperava que o indicador caísse 4,41%.
A previsão oficial da equipe econômica é de queda de 4,5%. Já o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) esperam retração de 5,4% e 5,8%, respectivamente, na economia brasileira. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê que a recessão da economia brasileira seja de 5%.
Para este ano, é esperado um crescimento de 3,41% na atividade econômica.