Greve dos Correios afeta entregas de micro e pequenas empresas pelo país
Grandes empresas de e-commerce estão conseguindo manter os prazos graças ao investimento nos próprios centros de distribuição
Em meio à greve dos Correios, dados do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) mostraram que 65% das micro e pequenas empresas estão precisando dos serviços para entregarem os produtos.
Dona de uma loja online de roupas femininas, a empreendedora Isabela Matte falou à CNN, nesta sexta-feira (21), sobre as dificuldades que tem enfrentado por causa da paralisação, que entrou no quarto dia.
“Ainda é cedo para dar um número mensurado do estrago, mas começamos a notar que, em São Paulo, onde a entrega era de um dia útil, passou para três dias úteis”, relatou. A empresária ainda estimou que poderá medir melhor o efeito da paralisação nos negócios em cerca de duas semanas.
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“O que a gente percebeu que faz toda a diferença é falar para o cliente o que realmente está acontecendo, dar uma expectativa real de entrega, dar todo o suporte necessário com o pós-venda e entregar algo mais, um presente ou um bilhete, para ele sentir que você está se preocupando com ele”, indicou.
Na contramão dos micro e pequenos empresários, grandes empresas de e-commerce estão conseguindo manter os prazos apesar da paralisação graças ao investimento nos próprios centros de distribuição.
Como parte de uma estratégia para o aumento das compras online durante a pandemia, as empresas de e-commerce também ampliaram capacidade de distribuição, o que acabou servindo como reforço para esta situação.
Nesta sexta-feira (21), o Supremo Tribunal Federal (STF) entra na questão da greve ao julgar um acordo trabalhista coletivo em que a empresa limitou benefícios, como vale refeição e creche.
(Edição: Leonardo Lellis)