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    Bolsonaro diz que segue Guedes e vetará autorização de reajuste a servidores

    Regra faz parte do projeto de auxílio aos Estados e excluiu algumas categorias de servidores da possibilidade de congelamento salarial durante a crise

    Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

    O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que vai vetar parte do projeto de auxílio aos Estados aprovado pela Congresso que excluiu algumas categorias de servidores de regra de congelamento salarial, atendendo a recomendação do ministro da Economia, Paulo Guedes.

    “Eu sigo a cartilha de Paulo Guedes na economia e de maneira que, se ele acha que deve ser vetado esse dispositivo, assim será feito”, disse Bolsonaro ao sair de uma audiência com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, ao qual foi acompanhado de Guedes e de empresários que recebeu no Planalto.

    O presidente havia autorizado a bancada governista a votar pelas exceções, de acordo com o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), mas contra a posição do ministro do Economia, Paulo Guedes.

    Agora, Bolsonaro defende o veto.

    “Algumas medidas minhas podem desagradar. Mas nessa área o Paulo Guedes é o senhor da razão. Se essa é a orientação dele, assim será feito”, respondeu o presidente a jornalistas.

    Guedes afirmou que o congelamento dos salários é importante para evitar que faltem recursos para a saúde.

    “Se mais tarde quisermos estender seja um auxílio emergencial ou qualquer coisa, ou se quisermos salvar companhias importantes para o futuro do Brasil, coisas importantes que estão acontecendo, não vamos ter esse recurso porque está sendo consumido na hora de uma tragédia”, afirmou.

    Na reunião com Toffoli, Guedes afirmou que a contribuição solicitada pelo governo aos servidores durante a crise do coronavírus é apenas para que não tenham aumento por um ano e meio, num quadro que será duro para os trabalhadores da iniciativa privada, com ameaça de desemprego e desintegração da economia.

    O projeto de auxílio a Estados e municípios terminou de ser apreciado na véspera pelo Senado e precisa ser sancionado por Bolsonaro.

    Além dos profissionais de saúde, de segurança pública e das Forças Armadas, ficaram de fora do congelamento salarial, por um período de 18 meses, os trabalhadores da educação pública, servidores de carreiras periciais, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, guardas municipais, agentes socioeducativos, profissionais de limpeza urbana, de serviços funerários e de assistência social.

    A abertura de ampla brecha na contrapartida pedida pelo governo em troca da injeção pela União de 60 bilhões de reais a governadores e prefeitos contrariou profundamente o ministro da Economia, que disse a interlocutores que o projeto dessa forma era inaceitável.

    Originalmente, a equipe econômica estimou que o congelamento proporcionaria uma economia potencial de cerca de 130 bilhões de reais, cifra que caiu para R$ 43 bilhões após os parlamentares chancelarem a criação de várias exceções à regra geral.