Ações da Tesla sobem 743% em 2020; empresa vale mais que sete montadoras juntas
Tesla se tornou a montadora mais valiosa do mundo e uma das dez maiores empresas norte-americanas do S&P 500
As ações da Tesla (TSLA) subiram 743,4% em 2020, fechando o último pregão do ano valendo US$ 705,67. Não por acaso, foi o papel mais negociado e lidera o ranking de valorização das ações listadas nos índices S&P 500 e Nasdaq 100.
Atingindo US$ 627,3 bilhões de valor de mercado, a Tesla se tornou a montadora mais valiosa do mundo e uma das dez maiores empresas norte-americanas do S&P 500. Há um termo no mercado, teslanário, para definir quem se tornou milionário por saber lidar com a alta volatilidade das ações da empresa ao longo desta década que, antes da atual trajetória de alta, registrou prejuízo de US$ 1,1 bilhão no primeiro semestre de 2019.
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O comportamento da ação da Tesla para 2021 inspira análises de todos os tipos.
Uma parte dos especialistas considera que a empresa de Elon Musk esteja supervalorizada. No início de dezembro, analistas do JP Morgan observaram que usando virtualmente todas as métricas convencionais, as ações da Tesla “estavam radicalmente supervalorizadas”. Muitos advertem que as ações da empresa são vulneráveis a uma correção após o aumento de sete vezes em 2020, principalmente porque os resultados financeiros não acompanham.
Outros apostam no potencial de mudar o mundo da empresa, que já foi comparada ao Iphone, uma vez que a razão de ser vai além de produzir carros elétricos. A Tesla foca em oferecer soluções usando energia limpa e renovável. Produz baterias de longa duração de armazenamento para residências e painéis solares, detendo o domínio dessa tecnologia e abrindo muitos fluxos de receitas por conta dessa diversificação e dos serviços em cadeia. A companhia vende e faz manutenção em seus veículos por meio de uma rede própria presente na América do Norte, Europa e na Ásia.
O mercado reconhece todos esses diferenciais. Tanto que a capitalização da Tesla cresceu quase o tamanho de todo o mercado de automóveis, apesar de a empresa representar uma pequena fração das vendas globais de veículos. Com base no fechamento do mercado do dia 21, data da estreia no S&P 500, a Tesla já valia mais do que Toyota, Volkswagen, General Motors, Ford, Fiat Chrysler, Nissan e Daimler juntas.
Alguns dos principais riscos para o negócio são a demora para massificar a adoção de veículos elétricos, a regulamentação e potenciais aumentos de capital. A empresa também está entrando em um ciclo de despesas, com a construção de novas fábricas no Texas e na Alemanha, o que pode pesar no fluxo de caixa de curto prazo.