Mercado vê troca de ministros como reação à pressão e torce por estabilidade
Há um grupo mais otimista, que espera mais estabilidade com o movimento. Outro, ao contrário, teme que a troca não pode até aumentar os problemas econômicos
O mercado financeiro reagiu com surpresa à troca de seis ministros realizada pelo presidente Jair Bolsonaro. Passado o susto, analistas e gestores tentam entender as consequências da troca e parecem se dividir em dois grupos.
O primeiro é mais otimista e torce para que o movimento resulte em mais estabilidade e previsibilidade. O segundo grupo, ao contrário, teme que a troca não melhorará a situação brasileira e pode até aumentar os problemas econômicos.
A troca de ministros foi entendida pelo mundo financeiro como uma reação de Bolsonaro ao aumento da pressão exercida pela sociedade, Congresso Nacional e vários setores econômicos. O que vem a partir dessa troca, porém, não é consenso.
Para o grupo mais otimista, há leitura de que a mudança vai amenizar as reclamações dos partidos do Centrão e do mundo econômico. Um grande gestor de fundos em São Paulo, por exemplo, acredita que as trocas podem diminuir reclamações dos partidos de centro e melhorar o cenário para as exportações.
Ele reconhece que a maneira com que as mudanças foram anunciadas parece confusa, mas acredita que o movimento pode trazer racionalidade ao governo e maior capacidade de avançar com pautas no Congresso.
O grupo pessimista, ao contrário, não vê a troca como suficiente para resolver os grandes problemas econômicos. Temem, por exemplo, que dar espaço ao Centrão poderá resultar em mais gastos públicos, o que fragilizaria ainda mais a agenda econômica.
Um dos pessimistas é economista-chefe de um banco de São Paulo. Para ele, a troca toda não aumenta a chance de melhora das contas públicas e da falta de tração da economia – dois dos principais problemas atuais.