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    Dólar bate novo recorde e fecha a R$ 5,19 mesmo com intervenção do BC

    Para tentar conter a volatilidade, o BC fez dois leilões de dólares e anunciou compra de títulos soberanos

    Do CNN Brasil Business, em São Paulo

    O dólar fechou em forte alta contra o real nesta quarta-feira (17) e renovou recorde nominal (sem contar a inflação) mais uma vez, mesmo após intervenção do Banco Central. Os investidores continuam receosos sobre o impacto econômico do coronavírus e à espera da decisão de política monetária do Copom.

    A moeda norte-americana terminou o dia em alta de 3,9%, a R$ 5,1976 na venda. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,2384, também novo pico histórico durante as negociações.

    Mais uma vez o pregão foi marcado por uma onda global de aversão a risco, num momento em que a pandemia de coronavírus força governos a impor quarentenas generalizadas, gerando interrupções de produtividade que podem levar a economia mundial a uma recessão.

    “Isso está dentro do contexto”, disse Álvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais. “Os mercados estão absolutamente estressados no mundo inteiro; os investidores estão tirando recursos de países emergentes.”

    “Enquanto não houver todo um arcabouço de medidas em todos os países pra ajudar a economia e enquanto não tiver uma desaceleração da curva de contágio, os investidores continuarão se refugiando no dólar.”

    Calamidade pública e dúvida sobre juros

    No Brasil, agravando a ansiedade, o governo anunciou na terça-feira que vai pedir ao Congresso o reconhecimento de estado de calamidade pública devido à pandemia e seus impactos na saúde dos brasileiros e na economia do país.

    Ao mesmo tempo, os mercados aguardavam a decisão de política monetária do Copom, que será anunciada nesta quarta-feira, com ampla expectativa de corte da taxa Selic a nova mínima histórica.

    “Na parte dos juros, é um consenso de que o Copom deverá reduzir a taxa Selic nesta quarta-feira. A decisão mais provável é de um corte de meio ponto percentual, com uma nova baixa de 0,25 ponto percentual na reunião de maio”, disse em nota a Levante Investimentos.

    Nesta semana, o UBS previu corte ainda mais agressivo da taxa básica de juros brasileira, de até 1 ponto percentual.

    A redução constante da Selic nos últimos meses vem sido apontada como fator importante para a desvalorização acentuada do real. O menor diferencial de juros entre o Brasil e outros países torna alguns rendimentos atrelados à Selic menos interessantes para investidores estrangeiros, o que prejudica o fluxo de dólares no mercado local.

    Intervenção do BC

    Em meio ao estresse e cautela generalizados, o Banco Central do Brasil marcou presença nos mercados de câmbio nesta quarta-feira.

    Num intervalo de cerca de 1h30, a autarquia realizou leilões de linha com compromisso de recompra, em que vendeu US$ 2 bilhões, dois leilões de moeda spot (à vista), totalizando venda de US$ 830 milhões, e anunciou compra de títulos soberanos em dólar com compromisso de recompra, visando “garantir o bom funcionamento dos mercados”.

    “Acho o BC vai continuar atuando”, opinou Bandeira, do Modalmais, dizendo que será necessário esperar para sentir o impacto das medidas da autarquia sobre a força do dólar.

    A alta do dólar arrefeceu levemente, de mais de R$ 5,20 a cerca de R$ 5,15 logo após o resultado do segundo leilão de dólar à vista, mas a cotação voltou a subir durante a tarde. 

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