Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Como dona do Banco24Horas se prepara para ‘sobreviver’ ao Pix e ao Open Banking

    Tecban afirma não estar preocupada com o Saque Pix e outras ferramentas digitais da agenda do Banco Central

    Manuela Tecchio, do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Dona do Banco24Horas, conhecido pelos caixas eletrônicos, a Tecban é apontada como uma das empresas “ameaçadas” pelos novos sistemas do Banco Central (BC), como Pix e Open Banking. Para não ficar de fora dessa revolução digital, a empresa quer ajudar fintechs, bancos e instituições financeiras a se adequarem de forma mais rápida (e barata) às exigências do BC.

    Batizada de Open Finance TecBan, a plataforma foi desenvolvida em parceria com a Ozone, que criou o sistema usado na implantação do Open Banking no Reino Unido. Ela ajuda a empresa cliente a adequar suas bases de dados e APIs (Application Programming Interface, na sigla em inglês) —em resumo, um conjunto de protocolos de programação que forma uma rede— para serem aceitos pelo ecossistema do BC.

    Segundo o superintendente de novas plataformas da TecBan, Tiago Aguiar, ao contrário do que tem dito boa parte dos especialistas e players do mercado financeiro, a empresa só tem a ganhar com o avanço da digitalização do sistema financeiro no Brasil.

    “Essa conexão que a gente já tem com mais de 150 instituições financeiras mostra que tinha tudo a ver a gente entrar no Open Banking para dar esse suporte aos bancos”, disse. “Temos uma capilaridade gigantesca, estamos há 40 anos oferecendo um serviço que nunca deu problema. Essa estrutura de conexão com várias instituições é maravilhosa e a gente já olha para essas tendências de digitalização há muito tempo”, afirma.

    O novo sistema faz a autenticação de usuários, certificação de dados e realiza a gestão de consentimentos, por exemplo. A vantagem, segundo o executivo, é a instituição não precisar deslocar uma equipe inteira ou até mesmo contratar pessoal para fazer esse tipo de serviço.

    “O open banking vai trazer muita oportunidade e os bancos precisam se concentrar nessas propostas de valor pro cliente. O que vai entregar de diferente? Então, a instituição se preocupa com isso, e a gente cuida dessa parte que está por trás. Somos um facilitador tecnológico.”

    Citi Brasil é 1º grande cliente

    O primeiro grande banco a usar a plataforma da TecBan no Brasil é o Citi Brasil. “Essa parceria já está acontecendo desde novembro”, conta Aguiar.

    Em nota da assessoria, o diretor de produtos e canais digitais do Citi, Leandro Quintal, elogia o desempenho do sistema até agora. “A criação do Pix, a entrada em vigor da LGPD, a adoção da biometria em maior escala e a introdução do open banking mostram a rápida transformação digital do setor financeiro. O Citi é um dos líderes dessa transformação no Brasil e sabemos que a manutenção desse protagonismo passa também pela parceria com fornecedores de ponta”, disse Quintal.

    Dinheiro físico deve continuar ‘por muitos anos’

    Nem com o Saque Pix, previsto para o segundo trimestre de 2021, Aguiar diz estar preocupado. Um levantamento da TecBan mostra que o uso de papel moeda cresceu em meio à pandemia. No estudo, o valor médio de dinheiro sacado no terceiro trimestre de 2020 cresceu cerca de 18%, em comparação ao mesmo período de 2019.

    E a tendência, segundo ele, é de que o dinheiro físico continue sendo usado em larga escala ainda por muitos anos no Brasil, dadas as complexidades do país.

    “O uso do dinheiro é muito comportamental. Existem inovações que, por mais úteis que sejam, não são adequadas ao contexto do país”, disse o executivo da TecBan.

    “Na China, o QR code funciona super bem há vários anos. Mas como seria possível implementar isso em larga escala no interior do Brasil, por exemplo? Em lugares que nem acesso à internet existe? A gente precisa fazer com que essa solução chegue para essas pessoas, mas não é algo imediato”, diz Aguiar.

    Tópicos