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    Dívida pública recua mais uma vez e fecha em R$ 4,1 trilhões em abril

    Em março, a dívida somava R$ 4,214 trilhões. Trata-se da emissão de títulos públicos pelo Tesouro para financiar o déficit orçamentário do governo federal

    Ana Russi, , Da CNN, em Brasília

    Após recuou de 1,28% em abril, ante o mês anterior, a Dívida Pública Federal (DPF), ficou em R$ 4,160 trilhões no mês passado. Em março, a dívida somava R$ 4,214 trilhões. A DPF é a emissão de títulos públicos pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal – que arrecada menos do que gasta. 

    Em abril, a participação de investidores estrangeiros atingiu o menor patamar desde dezembro de 2009, em 9,36%. Ou seja, os não residentes estão se retirando do mercado de títulos públicos brasileiros. No mês anterior a parcela desses investidores era de 9,82%. Já os Fundos de Investimentos e a Previdência ficaram responsáveis por 25,76% e 25,65% da DPF, respectivamente, em abril. 

    O recuo do endividamento em meio à crise econômica e tensão no mercado financeiro por conta da pandemia da COVID-19 é explicado por baixas emissões e alto volume de resgates no mês passado. Com dificuldade de colocar papéis no mercado, o Tesouro precisa realizar mais resgates.

    De acordo com a secretaria do Tesouro Nacional, as emissões de novos papéis totalizaram R$ 39 bilhões em abril. Já os resgates líquidos somaram R$ 121,69 bilhões. Os gastos com juros ficaram em R$ 28,68 bilhões no mês passado. Nos três primeiros meses do ano as despesas com juros já superam os R$ 155 bilhões. 

    O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Luis Felipe Vital, explicou que entre os efeitos a pandemia da Covid-19, nos meses de março e abril, está a preferência dos investidores por liquidez. Tal fato se reflete na demanda pelos títulos públicos. “Ao longo do mês de maio, o cenário global ficou melhor e os volumes emitidos pelo Tesouro neste mês, até o momento, têm sido significativamente maiores”, observou.

    Ele destacou, ainda, que o custo do estoque da dívida em abril caiu de 8,39% para 8,03%. O valor é o menor da série histórica. 

    A secretaria do Tesouro Nacional avalia que mesmo com a restrição de liquidez e o alto nível de incertezas, as condições financeiras  dos mercado começaram a mostrar uma melhora gradual em abril. “A continuidade de adoção de medidas de estímulos econômicos ao redor do mundo e a queda histórica dos preços do petróleo ajudaram a mitigar os impactos restritivos observados da pandemia do Covid-19 sobre a economia global”, diz análise da pasta. 

    Outros fatores citados foram a estabilização da curva de contágio do coronavírus na Europa e as sinalizações de reabertura das atividades econômicas em diferentes
    países. 

    Para maio, apesar das condições ainda bastante restritivas de liquidez, a secretaria acredita que os volumes de títulos emitidos mostram condições financeiras em direção à normalidade. 

    Dívida interna e externa

    Como resultado da alta do dólar, a dívida externa, que é a emissão de títulos no mercado internacional, avançou 4,23% em abril, chegando a R$ 217,11 bilhões. 

    Por outro lado, a dívida interna, que é quando as operações de compra e venda de papéis são realizadas em real, recuou 1,57% em abril, fechando o mês em R$ 3,943 trilhões.

    Oficialmente a equipe econômica já admite forte crescimento do endividamento público neste ano. Segundo programação do Tesouro Nacional, publicada no início do ano, a projeção é de que a dívida chegue a R$ 4,75 trilhões em 2020.

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