Caixa fará nova redução do juro do cheque especial
Juros desta modalidade estão em 2,9% ao mês e devem cair para pouco abaixo dos 2% nas próximas semanas
A Caixa se prepara para anunciar mais uma redução dos juros do cheque especial. O banco estatal foi o mais agressivo na queda da taxa, a segunda mais cara do país, perdendo apenas para a do cartão de crédito. Hoje, os juros desta modalidade estão em 2,9% ao mês e devem cair para pouco abaixo dos 2% nas próximas semanas.
A operacionalizando do pagamento do corona voucher está sendo feita pela Caixa. O programa começou há uma semana e já alcançou mais de 25 milhões de pessoas. Para acolher os trabalhadores informais, brasileiros desbancarizados e até mesmo micro empresários informais que nunca tiveram acesso a crédito bancário, a estatal criou um banco digital, conforme antecipado pela coluna.
Os custos operacionais do banco já estão menores com a digitalização dos processos, o que permite a redução dos juros do cheque especial. É como se uma espécie de fintech tivesse sido criada pela Caixa com toda estrutura do banco público e um funding bilionário. Este funding, que é o maior desafio das fintechs, passou a ser uma vantagem competitiva importante, na avaliação de integrantes da equipe da Caixa.
Pelos cálculos da direção, o banco deve ganhar entre 30 e 40 milhões de novos clientes depois da implementação total do programa de transferência de recursos. A expectativa é que boa parte dos novos correntistas passe a ter acesso ao microcrédito, uma demanda antiga que nunca saiu para valer do papel pelo altíssimo custo que exigia.
A Caixa anunciou que já vai pagar a segunda parcela para quem recebeu os R$ 600,00 porque teve cadastro confirmado pela Dataprev – empresa estatal de processamento de dados que está responsável pelo registro dos trabalhadores informais. A maioria deles já estava inscrita no Bolsa Família ou no Cadastro Único.
Mesmo assim, houve muita rejeição de cadastros por erro de preenchimento das informações ou desatualização de dados. A Caixa resolveu dar uma segunda chance a algo entre 10 e 15 milhões de pessoas nesta situação. O banco acredita que pelo menos 30% desse contingente serão aprovados numa segunda tentativa de validação.
A direção entende que são muitas as exigências para a aprovação do cadastro e falhas no preenchimento, como nome da mãe, ou número de documentos, podem ter causado a negação.