Focus: economistas projetam inflação em 4,21% em 2020, maior patamar para o ano
A projeção para o IPCA em 4,21% supera o centro da meta de 4% definida pelo CMN, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual
Os economistas do mercado financeiro elevaram as estimativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação do país, para 4,21%, ante 3,54% esperados na semana anterior. Trata-se do maior percentual estimado para o IPCA do ano. Para se ter ideia, a expectativa em 6 de janeiro era de 4,13%.
Os números são do Boletim Focus do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (7). O documento reúne a estimativa de mais de 100 instituições do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos.
Com a nova previsão, o valor superou o centro da meta de 4% com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual, ou seja, podendo variar de 2,50% a 5,50%. A meta é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e, para persegui-la, o BC eleva ou reduz a taxa de juros básica, a Selic, atualmente na mínima histórica, a 2% ao ano.
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Como consequência da recessão econômica e dos demais impactos da pandemia de Covid-19 na economia, a projeção do mercado financeiro para a inflação despencou desde março. Em seu menor patamar, atingido em junho, a expectativa chegou a ser de 1,52%, valor bem abaixo do piso da meta.
No entanto, com o início da retomada econômica e a alta nos preços dos alimentos e dos combustíveis, que devem registrar forte alta em novembro novamente, de acordo com a sinalização da prévia da inflação, o IPCA-15, que avançou alta de 0,81%.
Desempenho econômico
Com leve variação, as projeções do mercado financeiro para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) seguem no patamar de queda de cerca de 4%. Nesta semana, a previsão passou para 4,40%, ante 4,50% na semana passada.
A previsão de recessão econômica este ano reflete os impactos da pandemia da Covid-19, na economia nacional e mundial, que também caminha para uma retração.
No entanto, nos últimos meses a expectativa do mercado tem ficado menos pessimista em relação a queda da economia. No entanto, após uma decepção do mercado com o resultado do PIB no terceiro trimestre, que subiu 7,7%, o mercado tem melhorado À previsão de forma cautelosa, com variações leves a cada semana. Há um mês, a projeção era de queda de 4,80%.
Com a revisão, a projeção do mercado é melhor do que a previsão oficial da equipe econômica, que espera queda de 4,5%.
Apesar de terem melhorado suas expectativas, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), ainda veem retração de 5,4% e 5,8% na economia brasileira. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê que a recessão da economia brasileira seja de 6,5%.
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