Ghosn perde caso e é obrigado a devolver US$ 6 milhões à Nissan e Mitsubishi
O valor se refere a pagamentos líquidos que o ex-presidente das montadoras recebeu da joint venture entre abril e novembro de 2018
O ex-executivo do setor automotivo Carlos Ghosn sofreu um revés nesta quinta-feira (20), quando um tribunal holandês ordenou que ele devolvesse 5 milhões de euros (US$ 6,1 milhões) em salários à Nissan e à Mitsubishi, referentes a um caso que ele abriu.
O caso gira em torno da joint venture registrada pela Nissan-Mitsubishi BV na Holanda. Ghosn alegou que as empresas japonesas violaram as leis trabalhistas holandesas quando o demitiram em 2019 e exigiu uma indenização de 15 milhões de euros por salários perdidos, além de indenizações.
O tribunal distrital de Amsterdã ficou do lado das montadoras, afirmando que Ghosn não tinha um contrato de trabalho válido com a joint venture, pois não tinha o consentimento dos conselhos da Nissan e da Mitsubishi.
Ghosn foi, portanto, condenado a reembolsar 5 milhões de euros em pagamentos líquidos que recebeu da joint venture entre abril e novembro de 2018.
Um porta-voz disse que Ghosn deve apelar para que o tribunal chame testemunhas que apoiariam a sua versão.
Tanto a Nissan quanto a Mitsubishi disseram estar contentes por suas alegações terem sido apoiadas pelo tribunal.
“Estamos satisfeitos que o tribunal rejeitou as reclamações infundadas de Carlos Ghosn contra a NMBV e ordenou que Ghosn reembolsasse as quantias significativas das quais ele se apropriou ilegalmente”, disse a Nissan em um comunicado.
O tribunal concluiu que Ghosn havia determinado erroneamente seu próprio salário e bônus na assinatura da NMBV e que o membro do conselho que assinou seu contrato de trabalho na joint venture em nome das montadoras não tinha poderes para fazê-lo.
Ghosn, que negou repetidamente qualquer irregularidade, era presidente da Nissan e da Mitsubishi e presidente-executivo da Renault quando foi preso no Japão em 2018 sob a acusação de subnotificar seu salário e usar fundos da empresa para fins pessoais.
Ele fugiu para o Líbano em dezembro de 2019 escondido em uma bagagem de mão em um jato particular que saiu do aeroporto de Kansai. Ele permanece no Líbano desde então.