‘Obras públicas ambiciosas não cabem dentro do teto de gastos’, diz economista
Para Samuel Pessoa, se o governo quiser realocar recursos para aumentar investimento, deve fazê-lo dentro da realidade orçamentária
Apesar de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reafirmar o compromisso com o teto de gastos, o governo federal continua buscando dinheiro para obras públicas, alegando que os investimentos são necessários para combater a crise econômica desencadeada pela pandemia do novo coronavírus.
O economista Samuel Pessoa disse à CNN, na noite desta quinta-feira (13), que não é possível fazer um programa ambicioso adicional de obras públicas dentro dos limites do teto de gastos.
“Eu tenho visto na imprensa que está se buscando uma forma criativa de pegar alguma parte do dinheiro deste ano, dos diversos créditos aprovados em função da epidemia e, de uma maneira meio mágica, jogar para o orçamento do ano que vem para fazer obras”, avaliou.
Na avaliação do economista, este parece um caso de contabilidade de um passado recente – o que espera, disse, que não volte.
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“Eu acho que não tem muito caminho. O caminho é o da responsabilidade fiscal, de construir um orçamento dentro dos limites do teto de gastos e, se quiser realocar recursos para aumentar investimento, tem que realocar recursos dentro da realidade orçamentária, satisfazendo a responsabilidade fiscal e o limite do teto de gastos”, afirmou.
(Edição: Sinara Peixoto)