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    Apetite por risco no exterior impulsiona Ibovespa, que retoma os 91 mil pontos

    Reabertura das principais economias mundiais fez mercados internacionais atingirem máximas desde março nesta terça (2)

    Do CNN Brasil Business, em São Paulo*

    O Ibovespa terminou em alta superior a 2% nesta terça-feira (2), superando os 91 mil pontos, em meio ao apetite a risco em um ambiente de elevada liquidez global, com as atenções voltadas para a reabertura das principais economias do mundo após meses de paralisação em razão do Covid-19.

    Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou em alta de 2,74%, a 91.046,38 pontos, patamar que havia perdido em março. O volume financeiro somou R$ 29,63 bilhões. 

    Neste início de semana, os ativos de risco ganharam força. O otimismo do mercado parte, principalmente, do alívio das restrições de circulação devido à pandemia de coronavírus nas principais economias do mundo e ao fato de a punição dos Estados Unidos (EUA) contra a China ter sido mais amena do que o presidente Donald Trump havia ameaçado. 

    Na visão do estrategista Dan Kawa, da TAG Investimentos, os ativos de risco estão seguindo uma dinâmica bastante positiva nos últimos dias, a despeito do aumento de alguns riscos no cenário, como a piora da relação entre EUA e China.

    “Além de uma liquidez global colossal, a expectativa de retorno ao normal, a normalização de casos de contágio ao redor do mundo e a esperança de uma vacina estão sendo vetores essenciais de suporte ao mercado.

    Nos destaques de alta do dia estiveram empresas do setor de viagens, com CVC ON disparando 20%, na esteira do alívio nas restrições de circulação, bem como a forte queda do dólar ante o real. Entre as companhias aéreas, Gol PN saltou 15,7% e Azul PN subiu 9,12%.

    Empresas do setor bancário também ajudaram a sustentar o Ibovespa, com Itaú Unibanco PN subindo 6,72%, Bradesco PN avançando 4,5% e BTG Pactual Unit com alta de 10,41%. 

    Em nota enviada pela área de gestão de recursos, o BTG Pactual disse que “até o momento” o mercado teve apoio da política fiscal dos governos, “junto com as sinalizações de bancos centrais via novas medidas de estímulo monetários”.

    “A questão é, quando passado o momento de reabertura das economias, qual será o componente para manter o ânimo no mercado, acrescentou o banco e investimentos.

    Política nacional 

    O noticiário doméstico, entretanto, segue mantendo os investidores internos em alerta. O ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, criticou o comentário de Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que comparou a situação do Brasil, “guardadas as devidas proporções”, com o que ocorreu na Alemanha nazista de Adolf Hitler.

    Na véspera, Celso de Mello arquivou pedido feito por partidos políticos para que o telefone celular do presidente Jair Bolsonaro fosse apreendido para investidar as acusações de Sergio Moro. Ao mesmo tempo, o ministro da corte fez um alerta a Bolsonaro, dizendo que o descumprimento de uma ordem judicial implica em crime de responsabilidade, o que pode levar a um impeachment, após o presidente dizer que não entregaria o aparelho mesmo que a Justiça determinasse. 

    Enquanto isso, o governo discutiu internamente pedir o afastamento do magistrado do inquérito que investiga o presidente Jair Bolsonaro. Apesar disso, a avaliação é que, por ora, não há elementos concretos para se alegar a suspeição de Celso de Mello no Supremo. 

    Já o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que decidirá sobre os pedidos de impeachment apresentados contra o presidente “no momento certo”, mas ressaltou que “não se pode colocar mais lenha na fogueira” e que está concentrado em tentar unificar o país.

    Lá fora

    No exterior, os esforços das principais economias mundiais para uma recuperação, após o controle da pandemia de coronavírus, chamavam mais a atenção dos investidores do que as tensões entre EUA e China. Nesse cenário, os mercados emergentes saíram favorecidos, ainda que a cautela prevaleça.

    Wall Street registrou ganhos, com agentes do mercado olhando para além da agitação social generalizada e das preocupações com a pandemia e se concentrando no afrouxamento das restrições contra o coronavírus e em sinais de recuperação econômica. As ações de tecnologia, junto com as de setores cíclicos, como industrial e financeiro, deram o maior impulso aos três principais índices acionários.

    Segundo dados preliminares, o índice Dow Jones subiu 1,05%, terminando em 25.742,17 pontos, enquanto o S&P 500 subiu 0,82%, para 3.080,79 pontos. O Nasdaq avançou 0,59%, para 9.608,59 pontos.

    Na China, os índices acionários fecharam a nesta terça-feira (2) em alta, diante do otimismo sobre as novas políticas do governo para sustentar a economia. O índice que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen avançou 0,31%, enquanto o índice de Xangai teve alta de 0,2%. Entre os principais ganhos, o subíndice do setor financeiro do CSI 300 ganhou 1,04% e o imobiliário subiu 2,41%.

    Na zona do euro, as ações atingiram seu nível mais alto desde o início de março, consolidando uma rotação para setores cíclicos que ajudou o índice alemão a superar seus pares.

    O índice FTSEurofirst 300 subiu 1,52%, a 1.400 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 ganhou 1,57%, a 360 pontos, marcando seu melhor fechamento desde 6 de março. Na volta de feriado, o índice DAX, da Alemanha, avançou 3,8%, para uma máxima em quase três meses.

    Volkswagen, Daimler e BMW ganharam entre 5,2% e 7,7% em meio à esperança de que um pacote de estímulo proposto pelo governo alemão, de 5 bilhões de euros, impulsionará as vendas de carros.

    *Com Reuters 

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