Vale é empresa mais valiosa do Ibovespa — e da América Latina
No ranking do continente, mineradora está na frente de empresas de peso como a argentina Mercado Livre (US$ 80 bilhões) e a Petrobras (US$ 56 bilhões)
A mineradora Vale é a companhia mais valiosa da América Latina nesta terça-feira (27), sendo avaliada em US$ 102 bilhões — à frente de empresas de peso, como a argentina Mercado Livre (US$ 80 bilhões) e a petroleira Petrobras (US$ 56 bilhões) —, segundo um levantamento feito pela consultoria Economatica a pedido do CNN Brasil Business.
Considerando apenas as empresas da bolsa brasileira (portanto, com avaliação em reais), a Vale aparece na frente de Petrobras (avaliada a R$ 306,61 bilhões), Itaú Unibanco (R$ 253,54 bilhões), Ambev (R$ 245,30 bilhões) e Bradesco (R$ 214,85 bilhões), entre outras.
Para Filipe Vilegas, analista da Genial Investimentos, a Vale é uma das maiores mineradoras do mundo e tem, como principal diferencial, “a qualidade de seu minério”.
“Isso faz a Vale ser uma das empresas mais valiosas da B3 pelo seu tamanho, quando a gente compara ela com seus pares globais, pela qualidade de seus produtos e pelo fato de ela ser uma exportadora, tendo receita em dólares”, diz. “Dado isso, a depreciação do real torna a empresa ainda mais atrativa.”
2021, segundo Villegas, deve ser um ano de alta demanda para a Vale, o que deve beneficiar ainda mais a companhia.
Ação mais valiosa do Ibovespa
As ações da Vale também são as mais valiosas do Ibovespa —sendo negociadas perto de R$ 110 nesta terça-feira (27).
Até o fechamento de segunda (26), a companhia liderava o ranking das 10 ações mais caras negociadas na B3, na frente do Itaú Unibanco (R$ 27,47), da Petrobras (R$ 23,78) e do Bradesco (R$ 23,55).
Tendência de alta
Thayná Vieira, economista da Toro Investimentos, acredita que a alta nas ações é uma tendência para o ano da Vale. “A recompra de ações e a possibilidade de maiores níveis de dividendos são sinalizações importantes para o mercado, visto que menos ações circulando significa crescimento do lucro por ação de todos os investidores, denotando também confiança na gestão”, diz.
Villegas estima que, até o final deste ano, a ação da vale deva oscilar entre R$ 120 e R$ 130. “O que posso dizer é que, se a gente olhar para toda a bolsa brasileira, existem ações com uma melhor relação risco-retorno, então eu vejo que sim, a Vale ainda faz parte do meu portfólio — mas não seria a minha maior exposição”, explica. Para ele, isso acontece porque “boa parte do crescimento da companhia” já está embutido nos preços.
Na tarde desta segunda, a Vale anunciou lucro líquido de US$ 5,5 bilhões no primeiro trimestre de 2021, acima da projeção de cerca de US$ 5 bilhões da Refinitiv.