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    Bancos querem antecipar crédito para folha de pagamento das empresas

    A medida é mais uma para conter os efeitos do coronavírus na economia. O Tesouro Nacional deve ficar com 85% do risco das operações

    Prédio do Ministério da Economia em Brasília (3.jan.2019): O pacote de ajuda às empresas prevê que o Tesouro Nacional fique com 85% do risco das operações de empréstimos para PMEs
    Prédio do Ministério da Economia em Brasília (3.jan.2019): O pacote de ajuda às empresas prevê que o Tesouro Nacional fique com 85% do risco das operações de empréstimos para PMEs Foto: Adriano Machado/Reuters

    Thais Herédiada CNN

    Assim que o governo editar a Medida Provisória que vai permitir o financiamento da folha de pagamento das pequenas e médias empresas, os bancos privados abrirão seus guichês para atender interessados. Mesmo que os recursos que virão do Tesouro Nacional, passando pelo BNDES, não tenham chegado ainda. 

    A informação foi dada à CNN pelo presidente do Santander, Sérgio Rial, em entrevista exclusiva. No acordo fechado com os bancos privados, o pacote de ajuda às empresas prevê que o Tesouro fique com 85% e as instituições com 15% do risco das operações. O volume já anunciado pela equipe econômica é de R$ 40 bilhões, sendo R$ 34 bilhões de dinheiro público e R$ 6 bilhões do sistema financeiro. 

    O governo sabe que os R$ 6 bilhões não dão nem para o cheiro diante do impacto que o novo coronavírus já provocou na receita das empresas. A MP ainda estava sendo finalizada na noite desta quarta-feira, 01, mas com anuncio prometido para amanhã, como disseram à coluna fontes da equipe econômica. 

    A parte mais difícil é operacionalizar desde o aporte do capital no BNDES até o transferência para os bancos privados, que ficarão responsáveis pelos contratos de financiamentos fechados com as empresas. A taxa de juros será de 3,75%, mesmo patamar da Selic, definida pelo Banco Central. O BC ficou com a tarefa de fiscalizar o depósito dos salários feito direto na conta dos trabalhadores. 

    Rial admitiu que, mesmo assumindo a menor parte da operação, o risco de perda é grande. Ainda assim, ele e muitos executivos do sistema financeiro sabem que, se o país conseguir atravessar os próximos dois meses no enfrentamento do coronavírus, a possibilidade de falência dos negócios pode diminuir, o que reduz o maior risco que banqueiros enfrentam, o calote. 

    O governo sinaliza que a medida esteja integralmente implementada até o próximo dia 10, mas muitos técnicos de todos os órgãos envolvidos ainda batem cabeça para encontrar a saída que não afronte o ordenamento jurídico brasileiro, complexo e bastante engessado.