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    Carrefour, GPA e Via Varejo: confira o ranking dos maiores varejistas do Brasil

    No varejo restrito, o setor com maior participação (15%) nas vendas do varejo em 2019 foi o de Hipermercados, Supermercados, Bebidas e Fumo

    Leonardo Guimarães, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    O varejo vive em 2020 um dos períodos mais difíceis de sua história, com restrição ao funcionamento das lojas depois de muito tempo de lojas fechadas. A situação, porém, foi bem diferente no ano passado, quando a transformação digital ainda não era questão de vida ou morte. 

    É para o cenário de bonança que o Ranking Ibevar-Fia 2020 – com dados de 2019 –, antecipado ao CNN Brasil Business, olha para revelar as maiores empresas do varejo em faturamento. A maior delas é o Carrefour (CRFB3), que no ano passado faturou R$ 62,2 bilhões. Logo atrás, seu principal concorrente, o GPA (PCAR3), com faturamento de R$ 61,5 bilhões. 

    O top 5 traz ainda a Via Varejo (VVAR3), com faturamento de R$ 29,8 bilhões, Grupo Big (antigo Walmart) – R$ 24,5 bilhões e Magazine Luiza (MGLU3) – 24,3 bilhões. 

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    No varejo restrito, que exclui veículos, motocicletas, partes e peças e materiais de construção, o setor com maior participação (15%) nas vendas do varejo em 2019 foi o de Hipermercados, Supermercados, Bebidas e Fumo. 

    Logo depois, estão os segmentos de Móveis e Eletrodomésticos (10,6%), Artigos Farmacêuticos, Médicos, Ortopédicos e Perfumes (7,1%) e Tecido, Vestuário e Calçados (7%). 

    A competição pelas posições de cima não é tão acirrada e tem os supermercados dominantes. Embaixo porém, a situação é bem diferente. O próximo ranking, com os dados de 2020, deve mostrar um domínio ainda mais amplo do setor supermercadista e, ao mesmo tempo, várias mudanças de posição.

    Esse movimento é previsto por Claudio Felisoni, presidente do IBEVAR (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo). “É muito provável que vejamos uma mudança nas posições de baixo porque, em qualquer crise, há muito impacto nas operações menores. Ao mesmo tempo, vamos ver um aumento da participação das grandes redes”, analisa Felisoni.

    Briga pelo topo

    Tudo indica que Carrefour e GPA vão continuar ocupando as primeiras posições no ranking por algum tempo. Além de crescer durante a pandemia por oferecerem serviços essenciais à população, a dupla Carrefour e GPA tem ampla vantagem – de mais de R$ 30 bilhões – sobre a terceira colocada, Via Varejo. 

    O segredo do Carrefour para ser o maior varejista do Brasil em faturamento é eficiência. A comparação com o GPA mostra que a rede comandada por Noel Prioux conseguiu faturamento R$ 667 milhões maior mesmo com 189 lojas e 21.449 funcionários a menos. 

    Além da disputa Atacadão x Assaí, as bandeiras de atacarejo (e mais rentáveis das duas redes), se desenha uma briga por espaço na internet. Um dos últimos segmentos a se digitalizar, os supermercados se viram obrigados a investir pesado no online no último trimestre. No Carrefour, os 7,7% de participação do online nas vendas de alimentos ficam acima dos 4,8% de participação do e-commerce em todo o varejo nacional nos patamares pré-crise. 

    Depois da divulgação dos resultados do segundo trimestre dos dois supermercadistas, os investidores ficaram mais animados com os resultados do Carrefour. Isso aconteceu por causa das vendas digitais. Não que elas foram ruins. Ao contrário.

    O crescimento foi de 272% no período, com a inauguração de dois novos mini centros de distribuição para dar conta da demanda. Atualmente, as vendas por aplicativos ou pelo site das marcas da empresa já representam 5,6% do faturamento do grupo. Na bandeira Pão de Açúcar o percentual é ainda maior: 15,3%.

    O problema é exatamente esse: a grande participação da bandeira Pão de Açúcar nessa fatia, e a ausência de Extra, Compre Bem e Assaí da conta. Nas estimativas dos analistas, as outras marcas não chegam a ter 1% do faturamento – e um grande problema de concorrência, já que o Carrefour apresentou 7,7% de vendas vindas dos canais digitais.

    O Grupo Big corre por fora no setor supermercadista. A empresa passa por uma reestruturação depois de comprar as operações do Walmart no Brasil. A receita não é muito diferente das líderes. Os investimentos se concentram em formatos de atacado e e-commerce. 

    Durante a pandemia, a empresa fechou parceria com iFood e Cornershop para entregar os produtos na casa dos consumidores e integrou as lojas com o online para permitir que os clientes comprem pela internet e retirem os pedidos nos supermercados. No último ano, o Grupo Big também inaugurou lojas das bandeiras Sam’s Club e Maxxi Atacado. 

    Magalu vem aí

    O ranking ainda mostra a briga dos varejistas de eletrodomésticos e eletroeletrônicos, algo que vai repercutir na lista de 2020. A Via Varejo aparece na terceira colocação, a frente das concorrentes Magazine Luiza e Lojas Americanas. Mas, no meio de um processo de reestruturação e com a ascensão do Magalu, a liderança está seriamente ameaçada

    O Magalu apresentou resultados fortíssimos no segundo trimestre, com as vendas pela internet crescendo 182%.  Além do online, responsável por 80% das receitas da empresa no período, as lojas físicas tiveram um desempenho surpreendente: houve crescimento de 25% nas vendas, mesmo com 36% das lojas fechadas, em média. 

    O segundo trimestre da Via Varejo foi bem diferente. A receita bruta recuou 7,8%, a R$ 6,46 bilhões, mas com alta na margem bruta de 27,9% para 35,3%. A receita bruta nas lojas físicas caiu 63%, a R$ 2,18 bilhões, enquanto do online saltou quase 300%, a R$ 4,28 bilhões.

    Porém, a varejista teve lucro líquido de R$ 65 milhões no período. O resultado foi impulsionado por um crédito transitado em julgado de ICMS na base PIS/Cofins totalizando R$ 364 milhões no segundo trimestre. a companhia teve prejuízo operacional de R$ 176 milhões

    IPOs

    Com uma enxurrada de pedidos de IPO na bolsa paulista, é importante ficar de olho em como as varejistas do ranking vão estrear ou já estrearam na bolsa.

    Entre as que integram o Ranking Ibevar-Fia e a fila do IPO ao mesmo tempo está a Havan. Fundada e controlada por Luciano Hang, a varejista pretende arrecadar R$ 5 bilhões para o caixa da empresa e ajudar em sua expansão. Mas o número não parece muito realista. 

    Em agosto, o Grupo Mateus, operador de supermercados e lojas de atacado, pediu registro para oferta inicial de ações. A empresa tem 137 lojas nas regiões do Norte e Nordeste do país que vendem desde alimentos a móveis e eletroeletrônicos. A empresa familiar, que cresceu graças a uma agressiva estratégia de preços, fechou 2019 com lucro líquido de R$ 33 milhões.

    Entre as que já estrearam está a rede de varejo de material de construção e artigos para o lar Quero-Quero (LJQQ3), que precificou sua oferta inicial de ações a R$ 12,65 cada, no centro da faixa indicativa de R$ 11,30 a R$ 14 por ação. A operação movimentou pouco mais de R$ 2,2 bilhões.

    A Pague Menos (PGMN3), mais nova empresa do mercado de ações, viu seus papéis subirem 21,17% no dia da estreia na B3. Isso porque as ações foram precificadas em R$ 8,50, abaixo da faixa indicativa de preço, que tinha R$ 10,22 como piso. 

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