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    Estapar amplia investimento na zona azul para acelerar crescimento, diz CEO

    Maior empresa de estacionamentos do país aposta em digitalização do sistema de vagas de ruas nas maiores cidades para diversificar as receitas

    Marcelo Sakate, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

     

    As medidas de isolamento social que derrubaram o fluxo de carros nas grandes cidades deixaram as empresas de estacionamentos pessimistas, certo? Não é o caso da Estapar. A maior companhia do país prevê um investimento em 2020-2021 que será o dobro do realizado no biênio anterior. A maior parte estará concentrada em direitos de operação da Zona Azul, nome dado à administração de vagas de rua. É o que afirmou André Iasi, CEO da Estapar, ao Panorama, do CNN Brasil Business.

    “A Estapar tem mais de 20 operações de zona azul no Brasil e vem investindo fortemente no segmento, que se mostra mais resiliente. Isso porque essas vagas estão localizadas aonde os consumidores querem ir: na rua”, disse o executivo, que cita o preço mais baixo como outro atrativo. 

    A grande aposta da companhia é a exploração da zona azul de São Paulo, uma das maiores do mundo, cuja operação a companhia acaba de assumir (no dia 15 de julho) depois de ganhar a concessão. Os investimentos totais, incluindo valor de outorga, somam R$ 600 milhões.

    André Iasi, CEO da Estapar

    André Iasi, CEO da Estapar: companhia dobra os investimentos no atual biênio de olho em vagas de rua nas capitais
    Foto: Divulgação

    Os investimentos na zona azul na capital paulista prevêem a implementação de um sistema totalmente digital em que o pagamento ocorre por meio de aplicativo ou maquininhas, para reduzir ou até eliminar intermediários como flanelinhas. A fiscalização será mais eficaz e rápida.

    “Vamos ter cerca de 50 veículos, que são scan cars, que vão rodar a cidade para fazer a fiscalização em tempo real, com a leitura das placas dos carros estacionados, para verificar se a situação está regular. Isso sem contar os agentes”, disse. Por meio de georeferenciamento, será possível saber em qual vaga da cidade cada carro está parado. “Temos o mapeamento de todas as vagas da cidade.” 

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    Iasi sustenta a sua visão otimista para o mercado apontando dois fatores que vão levar a um aumento da demanda por estacionamentos e garagens. “O principal driver (fator que alavanca a tendência) do segmento é o transporte coletivo de massa. Se não há esse transporte, o que infelizmente é o caso das grandes cidades brasileiras, fatalmente a frota de carros aumenta”, afirmou o executivo.

    Ele afirma que o segundo fator tem a ver com os efeitos da pandemia: a avaliação de que as pessoas vão privilegiar o transporte individual em vez de se expor ao contato em ônibus, trens e metrô.

    São fatores que, em sua avaliação, tornam a empresa atraente para investidores. A Estapar realizou a sua oferta pública inicial de ações (IPO) em maio, em um momento de muitas incertezas.

    Efeitos da pandemia

    As medidas de restrição à circulação de pessoas tiveram um impacto que Iasi descreve como “muito severo” em abril. Segundo ele, em dado momento, apenas 44% das operações estavam funcionando. Mas esse índice foi se recuperando mês a mês, a tal ponto que chegou a 90% em agosto.

    O CEO da Estapar conta que a pandemia ampliou a aderência do consumidor a serviços digitais que a empresa já tinha passado a oferecer, como pagar o estacionamento pelo celular, reservar vagas antecipadamente e reservar vaga de mensalista por meios digitais. “Até pessoas mais velhas que não tinham esse hábito mudaram e passaram a usar a internet ou o celular”, afirmou.

    Última milha

    Para a maior empresa de estacionamentos do país, a crise também serviu para acelerar uma ação estratégica que começou a ser trabalhada três anos atrás: usar os estacionamentos localizados em bairros que são polos geradores de tráfego como hubs (centros) de mobilidade.

    “Colocamos funções no estacionamento: oferecemos, por exemplo, áreas de embarque e desembarque de aplicativos, área de guarda e de retirada de bicicletas e patinetes, recarga de patinetes e de veículos elétricos”, diz o executivo, ressalvando que foram adotadas também medidas sanitárias.

    Um dos serviços que mais crescem é o de aplicativos de entrega, que usam os estacionamentos como ponto de apoio para a entrega na chamada última milha, que é o percurso até a casa dos consumidores. “Vemos uma ampliação disso ao longo da crise”, afirma o CEO da Estapar.

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