A crise parece restrita ao setor de serviços e do comércio, diz Frasson, do BTG
A queda do PIB no segundo trimestre foi de 9,7%, 0,3 ponto percentual acima da média de mercado
A economia brasileira retraiu 9,7% no segundo trimestre de 2020 em relação ao trimestre anterior, de acordo o Produto Interno Bruno (PIB). Na comparação com o mesmo período de 2019, o tombo foi de 11,4%. Para Álvaro Frasson, economista do BTG Pactual Digital, essa grande crise, no entanto, está mais restrita para alguns setores específicos, como o de serviços.
” Essa crise parece ser do setor de serviços e comércios. Quando olhamos os últimos dados, vemos que serviços está ficando para trás, enquanto a indústria apresenta um pouco mais de recuperação”, diz Frasson. “Neste dado mais recente do PIB, a gente vê a mineiração com alta por conta do dólar e alta do preço do minério de ferro”, detalhou.
O número foi divulgado nesta terça-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, o país entra oficialmente em recessão técnica, que acontece após recuo da atividade econômica por dois trimestres consecutivos.
“A maioria dos setores da indústria ficaram no negativo como a manufatura, que caiu 20% e construção registrou queda de 11%. Estes são setores importantes para retomarmos a economia mundial”, acrescenta.
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‘É cedo para falar de restabelecimento imediato da economia’, diz Ferraz, do BTG
Na avaliação do economista, em um momento de recessão como este, modelos estastísticos acabam não sendo eficazes para dimensionar a situação econômica brasileira. Para este momento, o especialista afirma que entender os dados de alta frequência da economia são mais relevantes para compreender o atual cenário.
“Por exemplo, estamos entendendo como os serviços estão demorando para voltar por conta da pandemia. Sem uma vacina, este setor também não conseguirá retornar (aos níveis de antigamente) devido ao isolamento social”, diz o economista.
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