Conta de luz deve continuar com taxa extra até o fim do ano; veja quanto custa
Hidrelétricas estão nos menores níveis em 20 anos, o que está obrigando o país a acionar toda sua energia reserva, que custa mais
Nesta sexta-feira (28), a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) deve divulgar a bandeira tarifária para o mês de junho –e isso pode deixar sua conta de luz ainda mais cara. Você sabe por que isso acontece?
A luz vermelhou acendeu. Com o menor volume de chuvas em mais de 90 anos, os reservatórios das principais hidrelétricas estão nos menores níveis desde o grande apagão de 2001. Para não haver racionamento nem apagão, o governo precisa acionar as usinas termelétricas, que são bem mais caras que as hidrelétricas. Esse custo é repassado para a sua conta de luz, cobrado por meio de uma taxa extra, chamada de bandeira tarifária.
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015 e possui as cores verde, amarelo e vermelho. Quando as condições de geração de energia estão boas no país, a bandeira é verde, e a conta de luz não tem taxa extra. Quando as condições estão menos favoráveis, a bandeira é amarela, e há cobrança de taxa na conta de luz. Agora, se a situação piora ainda mais, temos a bandeira vermelha, com patamar 1 ou 2, e taxas ainda maiores somadas à sua conta.
Desde o começo de maio, estamos com a bandeira vermelha patamar 1 acionada. E ela (ou, pior, a bandeira vermelha patamar 2) deve ficar vigente até o fim do ano.
Quanto isso significa em reais?
A bandeira vermelha 1, em vigor em maio, adiciona R$ 4,17 a uma conta de 100 kWh. Como o consumo médio por domicílio no Brasil é de 160 kWh por mês, são R$ 6,67 a mais numa conta básica.
A bandeira vermelha 2, que é ainda mais cara e é esperada já para junho, acrescenta R$ 6,24 por cada 100 kWh, ou R$ 10 a mais na média por residência.
Há ainda a bandeira amarela, intermediária (R$ 1,34 por 100 kWh), e a verde, usada nos meses de fartura e sem cobrança adicional.
* Com reportagem de Juliana Elias