Familiares de mortos e desaparecidos na ditadura fazem apelo para que Lula recrie Comissão até 25 de outubro
Data marca o assassinato do jornalista Vladimir Herzog nas instalações do DOI-Codi em São Paulo em 1975
Familiares de mortos e desaparecidos no período da ditadura militar pressionam o governo federal a recriar oficialmente, no próximo dia 25, a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, que foi encerrada por Jair Bolsonaro (PL) no final de seu governo.
A data marca o assassinato do jornalista Vladimir Herzog nas instalações do DOI-Codi em São Paulo em 1975.
A recriação da Comissão foi uma promessa de campanha de Lula (PT), mas a medida está sendo postergada pelo Palácio do Planalto devido ao receio de se criar um foco de tensão com as Forças Armadas.
“Se a reinstalação da comissão não ocorrer até dia 25 será uma decepção e uma péssima sinalização para os familiares dos mortos e desaparecidos. Ainda acredito que o presidente Lula terá essa sensibilidade”, disse à CNN o historiador Rogério Sottili, diretor do Instituto Vladimir Herzog e ex-secretário especial de Direitos Humanos no governo Dilma Rousseff.
Quinze dias antes de deixar o governo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) orientou seus aliados a aprovarem a extinção da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), órgão criado em 1995 e cuja função era investigar crimes praticados durante a ditadura militar.
A comissão era vinculada ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania vem pressionando internamente o governo para que a recriação da comissão seja anunciada na efeméride da morte de Herzog, mas o Palácio do Planalto teme desgaste com os militares.
“A comissão nunca foi um problema para o governo com as Forças Armadas. Não seria diferente agora”, disse Sottili.